Chuva prejudica limpeza do óleo derramado em paraíso ecológico no RJ
2005-05-04
A chuva que tem ajudado a dispersar o óleo diesel que vazou de um trem da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), semana passada em Itaboraí, também atrapalha o trabalho de recuperação das áreas atingidas — principalmente os manguezais à beira do Rio Caceribu, na Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim. A elevação do nível das águas fez com que parte do óleo ficasse preso na vegetação ribeirinha ou se expandisse pelos manguezais. Ontem, técnicos começaram uma nova etapa na recuperação das áreas afetadas, lavando com jatos de água a vegetação das margens do rio.
Segundo o diretor da APA Breno Herrera, há fortes indícios de que o diesel penetrou profundamente nos manguezais. Já a gerente regional da Serla Antônia Mônica Batista espera que o trabalho de retirada do óleo seja agilizado: – A lavagem com jatos de água é um trabalho lento e delicado. A intenção é fazer com que o óleo se solte da vegetação e escorra para o rio.
Amanhã, técnicos do laboratório de química da PUC divulgarão os primeiros resultados da análise do Caceribu e de outros rios atingidos. O pesquisador Abílio Soares Gomes, do laboratório de biologia marinha da UFF, coletou peixes e caranguejos para avaliar o nível de contaminação por hidrocarbonetos.
O presidente da FCA, Mauro Dias, disse que a empresa já poderia ter começado a pagar as indenizações aos pescadores. Mas está esperando que a Prefeitura de Itaboraí entregue uma lista com os nomes dos beneficiários, como determinou a Justiça. Segundo ele, a empresa já distribuiu 900 cestas básicas.
Em Brasília, o Ibama informou que também poderá multar a FCA pelo vazamento. A empresa já foi multada pela Comissão Estadual de Controle Ambiental (R$ 4 milhões) e pela Serla (R$ 1 milhão). (O Globo 03/05). Segundo informações da Agência Brasil (03/05), a multa foi aumentada para R$ 10 mulhões devido à grande extensão da mancha de óleo.