Cientista dos EUA aplica o clima à vida e fala sobre mudança climática
2005-05-04
Quando o Dr. Stephen H. Schneider começou sua carreira como climatologista, em 1970, seu objetivo era salvar o planeta. Há quatro anos, o professor de Stanford descobriu que estava com um câncer fatal, e, rapidamente, salvar a sua própria vida tornou-se o seu alvo.
Para aumentar as chances contra a doença, um linfoma, o Dr. Schneider, de 60 anos, envolveu-se com todo tipo de tratamento. Inclusive ele chegou a terminar um livro contando essas tentativas e experimentos, chamado O Paciente do Inferno: Obtendo o Melhor que a Medicina Moderna Pode Oferecer. A obra deve ser publicada pela editora Da Capo Press/Perseus nos próximos meses.
–Em meu trabalho com o clima, eu tive um cliente, a Terra, disse o Dr. Schneider, vencedor, em 1992, do prêmio MacArthur. Ele conta que, em relação à mudança climática, considera-se cético porque diz para os ambientalistas que eles não precisam citar os piores cenários para descrever os danos que a mudança climática induz na humanidade. As evidências estão aí, assinala.
Schneider começou como climatologista no início dos anos 70, observando o aquecimento e o resfriamento da atmosfera. Mas, no final dos anos 70, os dados sugeriram que era uma má idéia cuidar dos sistemas de suporte à vida do planeta sem tentar a redução das emissões de gases à atmosfera. Os modelos mostravam que, se a situação continuasse como estava, haveria provavelmente uma mudança climática significativa.
Schneider disse que passou a usar técnicas de previsão climática para ajudar a prever a evolução de sua própria doença. Segundo ele, as técnicas da climatologia o ajudaram a redesenhar um protocolo e salvar a sua própria vida. –Com o advento do aquecimento global, você não pode ter todos os fatos, pois o futuro ainda não terá acontecido. Você tem que colocar as informações que possui no computador e fazer julgamentos subjetivos baseados nos resultadod. Conforme o cientista, assim também funciona o raciocínio em relação à doença, com cálculos de probabilidade. (NY Times, 3/5)