A Empresa Transmissora de Energia Elétrica do Sul do Brasil S/A (Eletrosul) assinou, ontem, em Florianópolis, com a Eletrobrás convênio para implantação do Projeto Alto Uruguai – Cidadania, Energia e Meio Ambiente. O projeto está orçado em R$ 3,78 milhões e tem prazo de três anos para execução. A Eletrosul vai trabalhar no desenvolvimento sustentável sobre os eixos da conservação de energia elétrica, da utilização de fontes alternativas de energia e da universalização do acesso à energia elétrica aos habitantes da região que envolve 11 municípios gaúchos e 15 catarinenses. A Eletrobrás desembolsará R$ 3,6 milhões e o restante será investimento da Eletrosul.

O convênio conta com o apoio do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), da Universidade Comunitária de Chapecó (Unochapecó) e da Associação de Proteção e Recuperação da Água e da Natureza do Rio Uruguai (Apranru). O principal objetivo do projeto é a realização de uma experiência modelo em produção e consumo sustentável de energia elétrica usando como base a bacia hidrográfica do rio Uruguai.

A Unochapécó vai elaborar os diagnósticos sócio-econômicos e ambientais dos municípios participantes e a Apranru fará o acompanhamento do projeto perante as comunidades. Segundo o presidente da Eletrosul, Milton Mendes, o debate sobre essas questões tem se realizado de forma sistemática na bacia hidrográfica do rio Uruguai, onde a implantação e o aproveitamento hidrelétrico historicamente têm mobilizado as populações regionais. – O desenvolvimento deste projeto-piloto oferecerá à Eletrobrás e a Eletrosul uma excelente oportunidade para avaliar o impacto de um programa dessa natureza na utilização racional dos recursos energéticos – afirma.

Mendes diz que algumas características regionais reforçam o interesse na realização do projeto como o uso dos dejetos suínos (biomassa) para geração de energia térmica e elétrica; o interesse das prefeituras da região em reduzir despesas com energia elétrica; a existência de uma universidade voltada para o estudo e proposição de soluções para problemas regionais, como a Unochapecó e o apoio acadêmico do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR), ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro. (GM, 03/05)