(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2005-05-03
A extração e comercialização de carvão vegetal permanece sem controle em Mato Grosso, não havendo em nenhum órgão ambiental do Estado dados conclusivos sobre o quanto a atividade gera de desmatamento por ano. Enquanto a produção segue sem controle, as apreensões de cargas de carvão e lenha (matéria-prima do mesmo) continuam sendo uma rotina nos órgãos de fiscalização ambiental de Mato Grosso.

A atividade é considerada de alto impacto ambiental por causa da grande quantidade de árvores retiradas para a produção/quilo de carvão (cerca de 12 árvores para cada 250 quilos) e devido à emissão de gás carbônico durante o processo de queima da lenha para sua fabricação.

Segundo estudos do Fundo Mundial para a Natureza (WWF na sigla em inglês), no caso do carvão vegetal o alvo principal é o cerrado, considerado como vegetação de menor rendimento econômico, o que impulsiona a utilização do mesmo para a produção de carvão como instrumento para minimizar os custos com o desmatamento feito para outras atividades.

Em Mato Grosso, apesar de não haver dados específicos sobre o assunto, grande parte das apreensões tem sido feitas na região do entorno da Grande Cuiabá. — Grande parte do carvão e da lenha apreendidos é proveniente da região próxima de Cuiabá, principalmente das cidades de Livramento, Barra do Bugres, Várzea Grande e Jangada. Acredito que esse material venha para a capital para ser aproveitado em cerâmicas, padarias, restaurantes e agroindústria, afirma o delegado, Hamilton César Camargo, responsável pela Delegacia da Natureza em Cuiabá.

Segundo dados da delegacia, foram apreendidos em 2004 cerca de 14,25 toneladas de carvão e 612,83 m³ de lenha. Já em 2005 foram apreendidos 12,3 toneladas de carvão e 34,5 m³ de lenha. — As apreensões ficam mais intensas - por motivos óbvios -, durante o período da seca, entre os meses maio e outubro, e geralmente apreendemos mais lenhas, que estão sendo levadas para carvoarias para serem transformadas em carvão, do que o produto em si. O volume das apreensões é tão grande que se tivéssemos que deixar todo o material na delegacia não haveria mais espaço, por isso doamos o que apreendemos para entidades beneficentes, educacionais e científicas, explica o delegado.

Segundo dados do Ibama de Mato Grosso, foram expedidos no ano passado cerca de 23 licenças para autorização do uso alternativo do solo, gerando o desmatamento de 2.509,847 hectares. Ao todo foram licenciados pelo Ibama 150 processos entre 130 pessoas físicas e 120 jurídicas para o uso alternativo do solo.

Mas não há como definir ao certo o quanto deste montante vira carvão vegetal, pois as licenças expedidas podem ser usadas para comércio de madeira em tábuas, a exploração de lascas, lenha e carvão vegetal.

Outro ponto importante é que até mesmo o órgão responsável pelo licenciamento da atividade confirma que mais da metade do carvão vegetal comercializado no Estado não é licenciada. Um dos grandes problemas apontados pelos funcionários do Ibama para a ilegalidade na qual se encontra o grande montante da atividade é a falta de compensação econômica gerada pelos altos custos do processo de licenciamento.

Segundo dados do Ibama, para se licenciar cada 1 metro de carvão (MDC) - correspondente a 250 quilos -, é necessário o pagamento de 12 árvores como compensação ambiental, com um custo médio de 1,10 reais por árvore, o que gera um custo de 13,2 reais para cada 250 quilos extraído de carvão. O valor aumenta quando o volume retirado é superior a 4 mil MDCs, pois nesse caso é necessário se fazer um contrato de reposição florestal com uma empresa de reflorestamento, que cobra em média 3 reais por árvore, elevando-se os custos para 56 reais por cada 250 quilos.

É justamente devido a esse alto custo do licenciamento que - apesar das licenças de Autorizações para o Transporte de Produto Florestal (ATPFs) não ultrapassarem o valor de 5 reais por caminhão carregado - grande parte dos produtores preferem permanecer na ilegalidade, aumentando mais ainda o impacto ambiental da atividade. Como explica um funcionário do Ibama-MT, o grande problema da falta de licenciamento na extração de carvão, vegetal é que nesses casos o desmatamento é feito de forma descontrolada, não se respeitando áreas de proteção ambiental nem a reserva legal exigida por lei, aumentando mais ainda os danos ambientais da atividade. (Celulose Online, 3/5)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -