Corredor ecológico na costa catarinense está só no papel
2005-05-03
O projeto de criação do primeiro corredor ecológico de Santa Catarina está engavetado há quase dois anos. O projeto realizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) não teve continuidade com a nova gestão do órgão. - O projeto não teve continuidade porque não foi uma demanda da casa, justifica o coordenador do núcleo de unidades de conservação do Ibama em Santa Catarina, Carlos Eduardo Santiago Bebe.
O Corredor Ecológico Costa Catarinense tinha como objetivo o desenvolvimento e o uso sustentável da biodiversidade da mata atlântica na região de Zimbros, município de Bombinhas, no Litoral Centro-norte do Estado. O projeto foi desenvolvido em parceria com os municípios de Balneário Camboriú, Camboriú, Itapema, Porto Belo, Bombinhas, Tijucas e Governador Celso Ramos, com participação das comunidades locais. A região de Zimbros é considerada uma das maiores extensões contínuas de remanescente de mata atlântica. O corredor ecológico deveria abranger uma área de 50 mil quilômetros quadrados e os sete municípios envolvidos no projeto. A região sofre com o crescimento desordenado, principalmente por ter um grande potencial turístico, que tem colocado em risco o ecossistema e as espécies que ali vivem.
Com a implantação do corredor ecológico e a viabilização do projeto de gestão biorregional, o Ibama esperava reduzir os impactos ambientais que estão desfigurando os ecossistemas. O corredor abrangeria uma parte de mar que liga a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo às áreas de floresta que circundam a encosta. Os corredores ecológicos foram instituídos a partir da criação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação pela lei 9.985, de 18 de julho de 2000. Um dos principais objetivos dos corredores é a ligação de áreas naturais, protegidas ou não pela legislação, e o fluxo gênico da biodiversidade. Assim o cruzamento de espécies consangüíneas é evitado.
Projeto iniciou-se em 2000 e deveria estar concluído
O Corredor Ecológico Costa Catarinense pretendia ligar a Reserva Biológica do Arvoredo, em Bombinhas, e a área de preservação permanente (APP) de Anhatomirim, em Governador Celso Ramos, com outras áreas protegidas pelo Estado ou municípios. Para garantir o sucesso dos corredores ecológicos, a conscientização das comunidades que estarão inseridas neles é fundamental. O projeto iniciou-se em 2000 e deveria ser concluído em 2003. Segundo a técnica do Ibama Marizélia Cardoso, que participou da coordenação do projeto, foram realizados diversos seminários com as comunidades envolvidas.
Também foi feito um planejamento em relação à paisagem, por meio de um levantamento das prioridades apontadas pelas comunidades. Para sua conclusão, faltava apenas a elaboração de um diagnóstico socioambiental da região das bacias hidrográficas do rio Camboriú e rio Tijucas. Os recursos para elaboração do diagnóstico chegou a ser liberado pelo Ibama, em Brasília, mas de que ser devolvido com a mudança do governo federal.
No sentido de preservação das unidades de conservação (UC) do Estado, o coordenador do núcleo de unidades de conservação do Ibama em Santa Catarina, Carlos Eduardo Santiago Bebe, comenta que está sendo reativado o projeto de gestão integrada das UCs. (A Notícia, 02/05)