A mamona é a mais nova descoberta dos agricultores brasileiros. A oleaginosa, que por muitos anos foi usada apenas para a produção de óleo utilizado na indústria, além de ser usado como óleo lubrificante para motores de alta rotação e carburante de motores a diesel, agora está sendo utilizada para a produção do biodiesel e sua renda sendo revertida para a construção de casas populares no sul de Minas, com o apoio da ong Pró-Terra.

O feito social é resultado da iniciativa do Padre Thomas OBrien e visa produzir mamona em Palmeiral, distrito de Poços de Caldas. Toda a produção será adquirida pela prefeitura de Varginha, município vizinho e pioneiro no Brasil na transformação da oleaginosa em biodiesel.

A iniciativa conta atualmente com 10 hectares cultivados. A renda obtida na comercialização da safra será destinada para a construção de 10 casas populares em terrenos cedidos pelo município de Poços de Caldas. Para os próximos três anos, a meta é atingir 60 hectares cultivados, beneficiando assim 60 famílias da região. Além de resolver o problema de moradia dessas famílias, o projeto lhes dá uma alternativa de atividade econômica.

De acordo com o Padre OBrien, os produtores da região estão investindo cada vez mais no cultivo da oleaginosa. — Até os produtores de café, a mais tradicional cultura da região, estão se interessando pelo projeto. Eles descobriram que podem plantar a mamona consorciada com o cafezal e, assim, obter uma renda extra no período em que o café está em sua fase vegetativa e ainda não entrou em produção, afirma o Padre.

Pró-Terra
A Pró-Terra - Associação Brasileira de Tecnologia, Meio Ambiente e Agronegócios é uma ong que promove a criação, a expansão, a aplicação do conhecimento nas várias áreas da agricultura, bem como seu desenvolvimento sustentável. Busca a convivência harmônica entre elas, com a atuação junto ao meio ambiente, à ética e à liberdade de escolha do produtor. A Ong colaborou com o projeto doando sementes para serem cultivadas pela comunidade.

Biodiesel
A mamona colhida em Palmeiral será esmagada numa usina de extração de óleo cedida para a prefeitura de Varginha pela Universidade Federal do Ceará. A usina tem capacidade para esmagar 10 toneladas de grãos por dia e o biodiesel produzido será usado nos veículos da frota da prefeitura, que inclui caminhões, camionetes e até o veículo usado pelo prefeito do município.