Obra contra alagamentos mexe com a Capital
2005-05-02
Começa a ser construída rede gigante que tem como espinha um túnel subterrâneo chamado conduto forçado
A esperança dos porto-alegrenses de se livrar dos constantes alagamentos começa a ganhar hoje a forma de uma complexa rede subterrânea. Mais de 12 quilômetros de tubulações serão implantados para formar o conduto Álvaro Chaves-Goethe e escoar a água da chuva da parte alta da cidade para o Guaíba.
Atualmente, o canal subterrâneo Tamandaré tem a função de drenar a região formada por bairros como Moinhos de Vento, Auxiliadora e Higienópolis. Como há muitos anos ele não é mais capaz de suportar o volume de água acumulado quando chove, o sistema acaba transbordando tanto no alto da cidade quanto na zona próxima ao Guaíba, alagando também bairros como o Floresta e o São Geraldo.
Assim, mediante financiamento de R$ 43,1 milhões obtido com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a prefeitura vai construir um novo sistema de escoamento. O mecanismo, que deve beneficiar diretamente cerca de 118 mil moradores, é formado por 11,6 quilômetros de canos que vão levar a água da superfície até uma grande galeria de concreto debaixo da terra.
Chegando a medir um total de cinco metros de largura por um metro e meio de altura, a canalização chamada de conduto forçado deve levar a água que antes se acumulava sobre ruas e calçadas diretamente para o Guaíba. A obra deve durar dois anos e ser colocada à prova.
Prefeitura tenta amenizar transtornos
A partir de hoje, três frentes de trabalho serão abertas e vão provocar escavações em 34 ruas. O diretor de Obras do Departamento de Esgoto Pluvial (DEP), Sérgio Zimmerman, promete que cada morador não deverá ter mais do que 15 ou 20 dias de transtornos na frente da sua casa. – Vamos abrir um buraco de cada vez a cada 20 metros. Trabalhar e fechar. Depois, seguimos adiante, afirma. O técnico também afirma que não serão necessárias paralisações totais no tráfego, já que os trabalhos deverão ser realizados primeiramente em uma metade da rua, para depois ocorrer na outra. Desde o sábado, um desvio foi implantado em um trecho da Farrapos no sentido bairro-Centro. O diretor-geral do DEP, Ernesto Teixeira, garante que o incômodo será recompensado: – Nunca mais veremos um jet ski andando na Avenida Goethe. (ZH 02/05)