Estudo europeu revela que portugueses fazem pouco pelo ambiente
2005-05-02
A poluição da água e do ar são os problemas ambientais que mais preocupam os portugueses, mas apenas 29% admitem agir freqüentemente em prol do ambiente, revela um estudo do Eurobarômetro sobre as atitudes dos cidadãos dos 25 países da Comunidade Européia face ao ambiente.
O estudo, denominado Atitudes dos cidadãos europeus face ao Ambiente, diz que no topo das cinco principais preocupações surge a poluição da água (57% dos inquiridos) e do ar (55%), seguido das catástrofes causadas pela mão humana, como as marés negras ou as descargas industriais (48%), as alterações climáticas (41%) e o esgotamento dos recursos (31%).
Apesar da conscientização, apenas 29% admitem agir freqüentemente em prol de um ambiente mais saudável, enquanto 55% afirmam que o fazem às vezes, e 11%, raramente. Esta atitude é comprovada pelo fato de 35% dos portugueses afirmarem não fazer mais esforços para um melhor ambiente porque não teria impacto, uma vez que os outros também não o fazem, enquanto 31% têm a mesma atitude em relação aos grandes poluidores: as empresas.
Atitude semelhante pode ser encontrada em países como a Hungria, República Checa, Grécia e Alemanha. Na mesma questão, um em cada dez diz que fazer mais traz demasiadas desvantagens, como a perda de tempo e os custos elevados, e 4% admitem que o ambiente não lhes interessa. No conjunto, 82% mostram-se convicto de que o estado do ambiente influencia a qualidade de vida (16% dizem que não), pelo que os decisores políticos deveriam dar mais importância ao tema.
Entre os que consideram compensador fazer algo pelo ambiente, a maioria (78%) está disposta a separar o lixo para reciclagem, enquanto 34% admitem reduzir o consumo de energia em casa e 30% comprar produtos ecológicos, mesmo se mais caros. Os portugueses são ainda dos cidadãos europeus que afirmam sentir-se menos informados sobre as questões ambientais, opinião manifestada por 58% dos inquiridos e apenas ultrapassada pelos lituanos. A televisão é o local onde costumam informar-se sobre o tema, demonstrando maior confiança nas associações ambientalistas quando se trata de analisar os assuntos.
Quanto à responsabilidade de proteger o ambiente, os portugueses incutem-na ao governo nacional e local, sugerindo que as melhorias na qualidade ambiente passam por uma maior restrição das leis nacionais e européias, uma melhor aplicação das leis existentes e o aumento da tomada de consciência para o tema. A sondagem foi realizada em novembro passado e abrangeu mil cidadãos portugueses com 15 ou mais anos. (Ecosfera, 29/4)