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2005-04-27
Indicada como um dos atuais culpados do desmatamento crescente da Amazônia, a soja pode receber um habeas-corpus. Hoje, a organização não-governamental The Nature Conservancy (TNC), financiada pela embaixada britânica e com apoio da multinacional Cargill, lança um projeto para certificar a soja plantada na floresta. O lançamento acontece em Brasília durante um seminário que pretende reunir grupos ambientalistas, técnicos e produtores de grãos, além de representantes dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente. O governo britânico entra com R$ 1,2 milhão e a Cargill, maior exportadora de soja em grãos do País, com cerca de 200 fornecedores que trabalham nas proximidades de Santarém (PA) – onde, aliás, a empresa tem um porto para descarregar sua produção. A TNC pretende monitorar os participantes e testar, no campo, os processos que a futura certificação seguiria.

Entre os processos está o respeito à legislação ambiental, diz a representante nacional da TNC, Ana Cristina Barros. Uma das questões que serão debatidas para a certificação é o uso de terras já desmatadas para o cultivo. A bandeira erguida pela ONG é: melhor antes do que tarde, uma vez que a soja já consome o solo da Amazônia, regulamentar a produção, e assim valorizar a sustentabilidade socioambiental, é um caminho válido se comparado ao futuro sombrio da agricultura avançando de forma descompassada através da floresta, como pintam os ambientalistas. Segundo Ana Cristina,um produtor na Amazônia precisa guardar 80% da propriedade como reserva legal e respeitar matas ciliares, áreas de declive e topos de morros – medidas que evitam a erosão. Um levantamento recente feito pelo Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais (FBOM), com base em imagens de satélite coletadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), demonstra que 70% das áreas desmatadas na Amazônia são usadas atualmente para a agricultura – das quais 55% têm soja plantada e, outros 35%, arroz. Contudo, a mesma análise mostra que grandes áreas desmatadas entre 2000 e 2003, com mais de mil hectares, já têm soja e arroz plantados. - Por mais que seja uma opinião quase exclusiva da TNC, a certificação pode ser um incentivo ao cumprimento da legislação ambiental - diz ela.

A Imaflora, empresa certificadora do setor madeireiro, entrará no processo levantando a situação dos produtores em relação aos critérios existentes e avaliando as necessidades socioambientais da região. Para o Greenpeace, o projeto não é uma opção sustentável para a Amazônia, e pode acabar contribuindo para o desflorestamento, diz Paulo Adário, coordenador de campanhas do grupo na região. O grão, comenta ele, exige o cultivo extensivo, é grande concentrador de território e provoca um problema social ao substituir mão-de-obra por maquinário. A própria Ana Cristina admite que a certificação pode ser encarada, à primeira vista, como um incentivo à expansão agrícola em terras amazônicas. A derrubada de árvores para abrir espaço a áreas plantadas é uma bomba-relógio, cujo combustível é o melhoramento da BR-163, que liga Santarém a Cuiabá (MT) e serviria como principal rota de escoamento da soja do Centro-Oeste e do próprio Pará.

Para Roberto Smeraldi, da ONG Amigos da Terra, o projeto precisa definir até onde a propriedade poderá se expandir e ainda ser certificada. Smeraldi também comenta que o projeto vai encontrar outro problema: o fato de o mercado de soja se regular internamente, sem a participação direta do consumidor. A soja, lembra ele, é consumida no Brasil em produtos industrializados, de sorvetes a biscoitos, sendo difícil para o comprador final exigir o certificado. (Amazônia.org.br, 26/04)

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