Vulcões submarinos: perigo de expulsão de lodo e metano
2005-04-27
Cientistas que assistem à Assembléia General da União Européia de Geociências em Viena advertiram a respeito do perigo ambiental que representam os vulcões submarinos que expulsam lodo e metano. A especialista em microbiologia aquática do Instituto Max Planck de Bremen, na Alemanha, Antje Boetius, explicou, na reunião, que existem vulcões no leito marinho que emitem metano de forma contínua, um produto relacionado com o efeito estufa, causador do aquecimento global.
Boetius especificou que ainda são necessárias mais investigações para se determinar em qual quantidade esse metano chega à atmosfera terrestre e que a quantidade entre no ciclo vital através do fitoplâncton.
Os vulcões submarinos contam com um sistema próprio formado por microorganismos arcaicos e pouco conhecidos, e quando entram em erupção, não expulsam lava e fogo, mas grandes quantidades de lodo e gas, explicou a cientista.
Os especislistas sustentam que este gás é, em sua maior parte, composto por metano, que procederia das entranhas da terra e que se dispersaria durante a erupção junto con grandes quantidades de água quente carregadas de produtos químicos.
Estas fontes geotérmicas submarinas, que quando saem da superfície, têm o aspecto de un enorme gêiser, ganharam interesse como possível origem da vida no planeta, devido a suas reações químicas em altas temperaturas. Além disto, ao seu redor, carregam um exército de bactérias capazes de alimentar-se do metano, que servem de alimento a outros invertebrados. Estes organismos utilizam uma pequena parte desse gás, o resto permanece na água e parte dele converte-se em dióxido de carbono. (El Mundo, 26/4)