Pesquisa mostra que empresas chinesas se preocupam com o meio ambiente
2005-04-26
Uma pesquisa feita pelo WWF mostra que algumas das maiores e mais importantes empresas da China pretendem melhorar suas práticas ambientais. Todas as empresas que participaram da pesquisa disseram que proteger o meio ambiente é importante e mais da metade delas afirmou que esta é uma das diretrizes básicas de suas empresas. A pesquisa foi feita entre agosto e dezembro de 2004 com 182 grandes empresas chinesas e 61 responderam.
Essa preocupação com o meio ambiente é inesperada e está intimamente ligada ao rápido crescimento da economia chinesa. — O resultado da pesquisa é muito importante porque essas empresas têm potencial para se tornarem líderes na determinação de padrões de produção e consumo mundiais. Se esses padrões incluírem critérios de sustentabilidade, a China poderá ajudar a resolver muitos problemas ambientais, não só domésticos, mas mundiais, afirma Denise Hamú, secretária-geral WWF-Brasil.
A pesquisa mostra que 22% dos que responderam estão implementando regras de proteção ambiental mais rígidas do que as exigidas pelo governo chinês. 13% estão pedindo que as regras do governo se tornem mais rígidas. Essas respostas são para emissão de carbono, poluição e uso de tecnologias de eficiência energética.
As empresas que participaram da pesquisa são as maiores dos setores de energia, finanças e tecnologia da informação. Entre elas estão a Companhia Nacional de Petróleo, Banco de Xangai, Companhia Automotiva de Xangai, Haier, Lenovo, China Telecom e China Celular.
— A China tem um enorme potencial de se tornar líder na exportação de produtos produzidos com métodos, investimentos e processos que contemplem problemas ambientais globais como as mudanças climáticas devido à sua posição atual de grande potência emergente na economia mundial, afirma Krishna Brunoni de Souza, coordenadora do programa de Comércio e Meio Ambiente do WWF-Brasil. — A China pode se tornar um marco na agenda global para os negócios sustentáveis, acredita.
Entretanto, para isso se tornar realidade será preciso que o governo chinês conceda incentivos financeiros para as empresas líderes e que as empresas e os governos dos Estados Unidos, Japão e União Européia adotem as políticas de apoio às empresas progressistas na China. A pesquisa também mostrou que os participantes se preocupam com atitudes de algumas empresas que ainda insistem em diminuir as exigências ambientais ou que não cumprem a legislação atual.
O relatório Chinese companies in the 21st century – helping or destroying the planet (em inglês) pode ser acessado pelo endereço www.panda.org/investment.