A orizicultura provoca menos impacto ao destruir banhados do que outras culturas, devido a seu sistema de irrigação. A constatação faz parte das conclusões de um estudo, iniciado em 2002, para o qual, em uma primeira fase, foram analisados 42 fragmentos de lagoas e banhados em Mostardas e Palmares do Sul. Neles, foram verificados os efeitos da redução de áreas úmidas sobre as aves aquáticas. O projeto desenvolvido pelo Laboratório de Ecologia e Conservação de Ecossistemas Aquáticos da Unisinos, em parceria com a Fundação Boticário, busca alternativas de conservação das espécies sem que haja conflito com atividades agrícolas e econômicas da região. Hoje, 90% das áreas de banhados do Sul do país desapareceram, com o agravante da reduzida existência de unidades de conservação. No Estado, há apenas três reservas, enumera o pesquisador da Unisinos Demétrio Guadagnin. O estudo também apontou que fragmentos cercados por lavouras de arroz têm mais abundância de espécies. Nos levantamentos mensais feitos durante 12 meses foram encontradas 142 mil aves de 66 espécies. O isolamento é um dos fatores que determinam a presença. (CP, 24/04)