Evento discute possibilidade de guerra pela água
2005-04-25
O avanço da degradação ambiental, aliado aos desastres naturais e a crescente demanda por água têm preocupado os especialistas. A perspectiva da escassez de recursos naturais em poucos anos – principalmente a água – tem gerado discussões sobre os conflitos mundiais que essa situação pode ocasionar.
Na semana passada, em Porto Alegre o assunto foi tema de uma mesa de diálogo no II Congresso Transdisciplinar Ambiente e Direito, que aconteceu nos dias 19, 20 e 21 na PUC. Apesar do foco estar mais no aspecto econômico, o consultor internacional na área de recursos hídricos, Roberto Eduardo Kirchheim, um dos painelistas, ressaltou que a água é sim um direito humano e alertou para o perigo que significa privatizá-la. Pesquisas feitas pela Organização das Nações Unidas (ONU) projetam que 2,7 bilhões de pessoas podem sofrer com a falta de água em 2025. Isso se o consumo mundial continuar nos níveis atuais.
Para o professor do Departamento de Direito da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Christian G. Caubet, seria excesso de otimismo nos questionarmos se realmente haverá guerra pela água. – Quem se pergunta quando haverá conflitos pelos recursos hídricos é que está sendo realista, afirma Caubet. Ele acrescenta que o aparato militar já é utilizado por países que não dispõem de certos recursos naturais. – Os Estados Unidos em relação ao petróleo é um exemplo. Segundo o professor, o mesmo deve acontecer em poucos anos em relação à água.