Transportes é o setor mais problemático do Protocolo Kyoto
2005-04-25
A questão mais problemática do Protocolo Kyoto é a do transporte, onde o aumento das emissões está estimado em 140% no período de 1990 a 2010, apenas nos países da União Européia. A revelação foi feita pelo professor da Universidade Nova de Lisboa Nuno Lacasta, ao participar do II Congresso Internacional Transdisciplinar Ambiente e Direito e do VII Seminário de Direito Ambiental, no Centro de Eventos da PUC/RS, em Porto Alegre. No mundo inteiro, enfatizou, as emissões de gases no setor de transportes estão aumentando e duas áreas importantes, como a aviação e o transporte marítimo, não estão contemplados por Kyoto. O professor português participou da mesa de diálogo Alterações Climáticas, com a presença também da bióloga da Fundação Zoobotânica Luiza Chomenko; do secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, Cláudio Langone e do vereador de Porto Alegre Carlos Todeschini.
Nuno Lacasta falou sobre os esforços que a Comunidade Européia vem desenvolvendo para adaptar-se às metas estabelecidas no Protocolo de Kyoto, no qual os países industrializados se comprometeram a reduzir, até 2012, as suas emissões de dióxido de carbono a níveis pelo menos 5% menores do que os que vigoravam em 1990. Ele destacou, ainda, que a União Européia está destinando neste ano 410 milhões de dólares para combater os efeitos das mudanças climáticas, mas reconheceu que o valor é ainda baixo em relação ao que deve ser destinado para o setor. Segundo o professor Nuno Lacasta, em várias regiões a situação chega a ser dramática. E contou que Portugal e Espanha estão desenvolvendo uma nova experiência, de migrar espécies vegetais do sul para o norte de seus países, já que algumas, devido à interferência no clima, não conseguem mais fazer isso por conta própria. (Eco Agência, 22/04)