Baía da Babitonga (SC) terá diagnóstico de usuários
2005-04-20
A Baía da Babitonga, o maior ponto de reprodução de espécies marinhas de Santa Catarina, localizado no Litoral Norte, vai ganhar diagnóstico inédito de usuários. Um levantamento vai identificar as pessoas que usam o estuário para a navegação, pesca, captação de água e até indústrias e residências que despejam efluentes na baía ou nas bacias do Rio Cachoeira e Cubatão, os afluentes.
Hoje (19/04), às 15h, será assinado um termo de adesão das entidades que atuarão no diagnóstico. Ele deve ficar pronto em um ano e vai servir para o plano de gestão e definição das medidas de preservação e ocupação da baía, segundo o presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes) em SC, Sebastião dos Reis Salvador.
– É um dos estuários mais importantes do Sul do país, mas está ameaçado, como já vimos pelo diagnóstico do Cachoeira que fizemos em 2002, justificou.
A Babitonga tem potencial para aqüicultura e ecoturismo, mas está dentro de um pólo industrial próximo a um porto e entre municípios com precariedade nos sistemas de esgoto, o que preocupa, diz a pró-reitora da Universidade da Região de Joinville (Univille), que auxiliará o diagnóstico, Terezinha Novaes de Oliveira.
A Abes é a responsável pelo diagnóstico. Salvador reafirmou que a entidade não recomenda, para preservação, a estação flotflux de tratamento de esgoto feita para despoluir o Rio Cachoeira, parte do complexo da baía. O consultor da Agência Municipal de Água e Esgoto de Joinville, que gerencia a estação, Pedro Alacon, discorda. – A retirada de até 20 toneladas por dia não é uma maquiagem. Não é a solução definitiva, mas é um passo a mais para despoluir o Cachoeira e deixar de poluir a Babitonga, diz Alacon. A estação flotflux está parada em função de uma liminar judicial mas deve voltar a operar amanhã, diz. (Diário Catarinense 19/04)