Juiz federal dos EUA nega intervenção em carga perigosa de trem
2005-04-20
Um juiz federal norte-americano negou-se, nesta segunda-feira (18/4), a interferir no bloqueio de uma carga de material perigoso embarcada em trem no Distrito de Colúmbia, Washington. Ele alegou que o D.C. é titular para adotar medidas por si mesmo para proteger a população de um acidente catastrófico, uma vez que o governo federal fracassou nesta iniciativa.
O juiz do Distrito Federal Emmet G. Sullivan também sentenciou que a Transportadora CSX e o governo federal não providenciaram evidências de que a linha de trem iria sofrer danos irreparáveis se a empresa fosse forçada a redirecionar sua rota de produtos químicos pelo D.C. A CSX entrou com uma ação em fevereiro para retirar o banimento imposto pelo D.C. neste caso, e o governo federal juntou-se em favor da empresa.
O destino do banimento, que está agendado para ter efeito a partir desta quarta-feira (20/4), reside em um apelo à corte federal. Oficiais da CSX disseram, ontem (19/4), que eles irão apelar da sentença do juiz Sullivan imediatamente. Embora Sullivan recuse-se a retardar o reforço ao banimento, a CSX poderá buscar o atraso, ou o adiamento, em uma corte mais elevada.
Em sua decisão, Sullivan disse que a empresa ferroviária fez apenas previsões vagas de aumento dos custos e dificuldades logísticas, pálidas em comparação com o potencial de devastação previsto para ocorrer num evento de ataque terrorista a um transporte de material perigoso para a capital da nação.
–Dados esses interesses em conflito, escreveu Sullivan, o balanço claramente é favorável ao D.C. e a seus residentes. O porta-voz da CSX, Robert Sullivan, que não tem parentesco com o juiz, disse que, a despeito do apelo em andamento, a empresa vai adotar medidas para redirecionar suas cargas a fim de cumprir a ordem de banimento. As cidades de Baltimore, Pittsburgh e Filadélfia estão sob as mesmas restrições quanto ao tráfego de cargas perigosas por trem. O prefeito do Distrito de Colúmbia, Anthony A. Williams, aplaudiu a decisão do juiz: –Eu assinei esta legislação porque é absolutamente essencial que, como prefeito, eu tenha a tarefa de proteger as pessoas que vivem e trabalham nesta cidade, assinalou. (Washington Post, 19/4)