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2005-04-19
O despejo de esgoto residencial, industrial e hospitalar vem matando, pouco a pouco, o rio Guamerim, um curso de água que nasce no centro da cidade de São Miguel do Oeste (SC) e desemboca no rio Formoso, em Descanso, num trecho de aproximadamente oito quilômetros. É do rio Guamerim que a Casan capta boa parte da água distribuída à população, mas sacos cheios de lixo podem ser encontrados em toda a sua extensão. Todo esse entulho, entretanto, não é o maior problema, já que um bom mutirão de limpeza, a exemplo do que foi feito há alguns anos, resolveria o problema - pelo menos temporariamente. O verdadeiro massacre está no despejo de esgoto nas águas do rio.Considerada potável para o consumo humano, a nascente abastece, nos dias de estiagem, os moradores das redondezas. A poucos metros dali, porém, há uma transformação causada pelo despejo de lixo e esgoto. No perímetro urbano, o quadro mais chocante é constatado na cabeceira, localizada perto da chamada ponte do Manfio, no centro. De uma das canalizações sai um líquido escuro e, pouco abaixo, há sacos plásticos cheios de lixo. Na periferia existem reservatórios para tratamento do esgoto, mas estão desativados, sem autorização da Fundação de Meio Ambiente (Fatma).

O secretário municipal de Infra-estrutura Urbana, Décio Frandoloso, diz que o lançamento de esgoto no rio Guamerim vem gerando problemas há cerca de 20 anos.

Saneamento é um desafio para todo o Estado, diz gerente da Casan
A Prefeitura de São Miguel do Oeste firmou um convênio com a Casan para resolver a poluição do rio Guamerim, mas o compromisso não foi cumprido, e o secretário municipal de Infra-estrutura Urbana, Décio Frandoloso, diz que a Prefeitura e a Vigilância Sanitária não têm condições de fiscalizar todas as casas que têm tubulação de esgoto. Além disso, continua Frandoloso, todo o centro da cidade está despejando esgoto no rio. A Prefeitura, continua o secretário, vem há quatro anos trabalhando e já tem duas estações de tratamento prontas para funcionar em poucos dias.

O gerente regional da Casan, Arlei Todescato, diz que o problema não é só de São Miguel do Oeste, mas de todo o Estado, que enfrenta os mesmos desafios. O tenente da Polícia Ambiental Frederick Rambusch atribui a poluição no rio Guamerim à ocupação urbana desordenada, sem qualquer tipo de estudo prévio. Rambusch diz que existe a possibilidade de a Polícia Ambiental analisar a água e depois encaminhar o resultado para o ministério público, para que sejam tomadas medidas de acordo com a legislação ambiental. (A Notícia, 18/04)

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