O redescobrimento: 505 anos de devastação
2005-04-19
O dia 22 de abril de 1500 marca o olhar inaugural de Pero Vaz de Caminha sobre o território brasileiro, quando ele se deslumbrou com a floresta onipresente e sua riqueza natural. Celebramos também os 505 anos de devastação e desmatamento contínuos da Mata Atlântica.
A região de Porto Seguro, na Bahia, foi a primeira paisagem em que os navegantes desembarcaram. Hoje consolidada como um dos destinos turísticos mais populares do País, a área agoniza no que diz respeito à conservação ambiental. Enquanto a meca das viagens de formatura tem só 25% de remanescentes florestais (segundo o Atlas da Fundação SOS Mata Atlântica em parceria e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a vizinha Itacaré ostenta 79% de Mata Atlântica. Contrastes semelhantes aos do sul da Bahia se repetem. Situações como essa nos permite simular cenários futuros e apontar caminhos de desenvolvimento e atividades sustentáveis, de forma a minimizar impactos negativos em regiões ainda preservadas e a evitar a degradação socioambiental.
No momento em que vários municípios discutem seu Plano Diretor e Zoneamento Territorial, é primordial que o poder público esteja comprometido com a qualidade ambiental e estabeleça um processo de discussão e de consulta pública, no
qual a participação da sociedade seja efetiva e as regras acordadas sejam incorporadas com vistas a garantir a proteção dos patrimônios naturais, históricos
e culturais existentes.(Isto É, 18/04)