ARGENTINA SEGUIRÁ PROMOVENDO OGM
2001-09-04
Os organismos geneticamente modificados (OGMs) não foram considerados comprovadamente danosos na Argentina, e o país continuará promovendo o seu desenvolvimento a fim de baixar os custos da produção de alimentos. A informação foi dada pelo governo argentino na semana passada. O secretário da Agricultura argentino, Marcelo Regunaga, assinalou a necessidade de se distinguir debate biológico de debate ideológico acerca dos OGMs. De acordo com ele em debates científicos, até agora, não tem havido consenso sobre impactos negativos a saúde por parte dos OGMs. A Argentina é o maior produtor de grãos e sementes de óleo e é, depois dos Estados Unidos, a maior produtora de produtos geneticamente modificados. Contudo, os ambientalistas e grupos de consumidores estão se opondo à idéia da continuidade das pesquisas e plantio de OGMs, temendo danos à saúde e ao meio ambiente. Para Regunaga, contudo, são claros e positivos os impactos dos OGMs, pois eles ajudam a limitar o uso de produtos químicos (pesticidas, fertilizantes e outros) utilizados no solo. Emuiliano Ezcurra, coordenador da campanha de biodiversidade da ONG Greenpeace em Buenos Aires, contra-argumenta. - Esses conhecimentos científicos atualizados não levam em conta os efeitos de longo prazo. Segundo ele, - há evidência de que, mesmo com transgênicos, aumente o uso de inseticidas e pesticidas, já que insetos tem se mostrado resistentes a esses produtos. O ambientalista disse que a Monsanto já tem 10 milhões de hectares plantados com sementes transgênicas na Argentina e que abriu uma fábrica de glifosato, um tipo de agroquímico.