Países pobres estão prontos para energia solar e eólica, diz ONU
2005-04-18
Os países em desenvolvimento podem gerar centenas de milhares de megawatts por fontes renováveis e ajudarem a aliviar a pobreza, reduzindo o consumo de petróleo, disseram funcionários da ONU na quinta-feira (14/4). A Avaliação de Recursos da Energia Solar e Eólica (Swera, na sigla em inglês), um grupo formado por 25 instituições globais sob o comando do Programa de Desenvolvimento da ONU, concluiu que o há potencial para produzir energia a partir do sol e do vento em 13 países da África, da Ásia, da América Central e da América do Sul.
Países industrializados, como Alemanha e Japão, são atualmente os líderes no desenvolvimento da energia solar e eólica. Mas o potencial para essas fontes nos países em desenvolvimento é muito superior aos cerca de 50 mil megawatts de capacidade instalada atualmente em todo o mundo, segundo a Swera. Isso seria o suficiente para abastecer, por exemplo, 50 milhões de lares norte-americanos em um dia de vento.
Só a China tem potencial para gerar mais de 100 mil megawatts de energia renovável, e o Brasil também se destaca, segundo a Swera. Mas pequenos países também têm potenciais surpreendentes. Sri Lanka, por exemplo, poderia gerar 26 mil megawatts de energia eólica, o que é dez vezes o total da capacidade instalada de geração elétrica no país.
Outro exemplo é o lago Nicarágua, onde venta muito e de onde poderiam sair 20 mil megawatts para o pequeno país centro-americano, segundo Tom Hamlin, gerente do projeto Swera.
Os benefícios para cada país variam. – Se você olhar para China e Brasil, eles vão fabricar usinas (de energia renovável) e há grandes benefícios econômicos nisso, disse Hamlim. – E há amplos benefícios econômicos para países menores. Em vez de sempre importarem petróleo, eles teriam recursos domésticos para economizar nos custos e nos riscos de grandes flutuações dos preços do petróleo.
Entre as entidades que participam da Swera estão o Laboratório de Energia Renovável dos EUA, o Ministério da Energia da Nicarágua e o Centro Etíope de Desenvolvimento de Energia Rural.
Cada um dos países em desenvolvimento usará os dados da Swera e relatará quanto do espaço potencial pode ser efetivamente usado para a produção de energia renovável. Os relatórios individuais, a serem entregues até o final do ano, devem apresentar um potencial de energia renovável ligeiramente menor, segundo Hamlin. (Terra, 14/4)