Mamona, sonho de um engenheiro aposentado
2005-04-15
Uma caminhonete Toyota 1987 e um trator 1984 rodam em uma fábrica localizada no Distrito Industrial de Camaquã movidos com óleo vegetal extraído da mamona, depois de ser submetido a uma reação química com metanol ou etanol. É a realização do sonho acalentado pelo engenheiro de produção na área de celulose aposentado Vilson Neumann Machado, 53 anos, que desde 1984 passou a perseguir a idéia de que a mamona tinha viabilidade econômica no Rio Grande do Sul como fonte de combustível. Machado reclamava da falta de apoio político quando começaram a surgir no Estado projetos para utilização da oleaginosa, como o programa Gaúcho de Incentivo ao Cultivo da Mamona, no ano passado, e o apoio das prefeituras de Rio Grande, e, mais recentemente, de Bagé.
Depois de anos de estudos, Machado criou a Vinema Multióleos Vegetais em Camaquã, em 1997, plantando e beneficiando mamona. No início, plantou semente em 200 hectares. Daquele ano a 2001, com apoio da Emater, montou 500 minilavouras experimentais em 50 municípios gaúchos e hoje produz ao lado de parceiros em 20 mil hectares.
Na última safra, a Vinema forneceu sementes para 600 hectares de lavoura - metade para Rio Grande, metade para Bagé - e projeta rendimentos acima de 2 mil quilos por hectare. A próxima meta é implantar seis unidades industriais próprias ou em parcerias nas regiões de Rio Grande, Bagé, Santa Maria, Santo Antônio das Missões, Sarandi e Grande Porto Alegre. (ZH, 15/04)