O diretor presidente do Costão do Santinho, Fernando Marcondes de Mattos, afirma que não está se lançando em nenhuma aventura ao criar o Costão Golfe, em construção no norte da ilha, em Florianópolis, e que vem cumprindo todas as exigências, além de tomar cuidado para que o empreendimento não cause danos ao aqüífero dos Ingleses. Segundo ele, convênios de R$150 mil foram firmados com a Companhia de Águas e Saneamento de Santa Catarina (Casan) que monitorará a qualidade dos recursos hídricos subterrâneos das localidades de Ingleses e Santinho, e com a Fundação de Ensino de Engenharia de Santa Catarina (Feesc), entidade de apoio à Universidade Federal de Santa Catarina (ufsc). A Feesc irá participar da gestão integrada do gramado e do controle das pragas e monitorar uma eventual concentração de traços de elementos químicos nos recursos hídricos da região.

A construção do Costão Golfe e os danos que poderá causar ao aqüífero dos Ingleses estão sendo questionadas pelo Ministério Público Federal (MPF) de Santa Catarina que quer, liminarmente, a imediata paralisação da implantação da obra. O MPF questiona, por exemplo, o uso de produtos químicos no gramado de golfe e sua manutenção que poderão aniquilar o aqüífero. Segundo o Ministério, o EIA/RIMA omitiu que existem três poços de captação de água pela Casan próximos ao campo.

O diretor técnico do Costão Golfe, Ricardo Aguero, afirma que a aplicação controlada dos adubos, fertilizantes, corretivos agro-químicos não trazem risco nenhum de contaminação. Segundo ele, as doses excessivas são os verdadeiros perigos da contaminação do meio ambiente e dos aqüíferos. Aguero explica que num solo de areia, como é o caso do Costão Golfe, um gramado perfeito e são tem uma massa densa de raízes onde convive enorme número de microorganismos e formam um biossistema complexo. Segundo ele, nesse perfil, localizado 40 centímetros abaixo do gramado, produz a filtragem natural mais eficiente da poluição ambiental. (GM, 14/04)