Ambientalistas apontam problemas nas ocupações irregulares criadas às margens da Lagoa dos Patos
2005-04-14
Para os ambientalistas, o aumento da população em áreas próximas às margens da Lagoa dos Patos traz, além dos problemas do ponto de vista social e da biodiversidade, outras preocupações, como o crescimento urbano desordenado e o que chamam de aproveitamento político por parte das autoridades. Ao invés de retirarem as pessoas que se instalam em locais indevidos e de risco, alimentam as esperanças com a oferta de energia elétrica e outros benefícios. Para o coordenador do curso de Ecologia da Universidade Católica de Pelotas (Ucpel), professor Marcelo Dutra da Silva, o crescimento desordenado da população ocorre em todo o país. Do ponto de vista da biodiversidade, Dias observa que situações como a estrada do Pontal da Barra provocam a perda de ecossistemas e espécies raras de aves e peixes, algumas até em extinção na região e no país.
Entre as importâncias daquela região, Dias relata a existência de um conjunto de vários tipos de áreas úmidas e, ao lado do terreno onde as 38 famílias vivem, uma unidade de conservação denominada Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). Criada no ano de 1999, a área tem cerca de 60 hectares e, embora tenha sido aprovada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), não cumpre sequer suas obrigações de identificação. Ela precisaria estar devidamente cercada e identificada, porém, as placas que há alguns anos existiam no local desapareceram.
O professor do Curso de Ecologia lembra que recente estudo desenvolvido pelo Grupo Especial de Estudo e Preservação do Ambiente Aquático (Geepaa/RS) apontou que existem no Pontal da Barra 245 espécies de aves, 50 de peixes, 26 de répteis e 28 de anfíbios. (Diário Popular, 13/04)