Suspeitos de matar cadela serão indiciados por crime ambiental
2005-04-14
Um veículo apreendido à espera de perícia, uma corda e o depoimento de 10 pessoas fazem parte do inquérito que investiga a morte da cadela Preta, em Pelotas. Ontem, o delegado Osmar dos Anjos, responsável pelo caso, disse que indiciará os suspeitos já identificados por crime ambiental, embora eles neguem a autoria. A pena pode variar entre três meses e um ano de prisão.
O policial confirmou que os suspeitos têm idades entre 20 e 24 anos e são de classe média. Entretanto, prefere manter a identidade dos três em sigilo: – Eles confirmaram ter estado no local do crime mas negam terem cometido qualquer agressão ao animal.
A polícia pretende concluir o inquérito em, no máximo, duas semanas. Até lá, pelo menos outras três pessoas devem ser ouvidas.
Preta estava prenha e ganharia seus filhotes neste mês. Ela foi morta em março, amarrada por uma corda no pára-choque de um veículo, que seria um Ka, e arrastada por mais de seis quadras. Os pedaços do animal e dos filhotes teriam se espalhado pelo asfalto. – É um dos caso de maior repercussão em que estive envolvido. Por dia, recebo dezenas de telefonemas e e-mails de todo país e do Exterior - afirmou o delegado.
No sábado, uma passeata, às 14h, percorrerá o trajeto feito pelo veículo que arrastou Preta. A saída será da Rua Tiradentes 2.267. Camisetas com a foto da cadela serão vestidas pelos manifestantes, que encerrarão o protesto na Catedral São Francisco de Paula.
A repercussão
- Na Internet, o número de adesões ao pedido de punição dos culpados cresce a todo instante. No começo da noite, o site www.petitiononline.com contabilizava mais de 7,7 mil assinaturas.
- Criada no sábado, a comunidade virtual Prendam os assassinos da Preta, no Orkut, tinha 1,3 mil membros ontem. A criadora é Belisa Giorgis, porto-alegrense de 21 anos.
- Ainda no Orkut, há outra comunidade fundada por um pelotense e batizada de Cadelinha Preta. (ZH 14/04)