Instituto Larus atua em SC pela preservação da vida marinha
2005-04-13
Com um trabalho voltado para gerar a consciência e valorização dos atributos do mar, o Instituto Larus, ligado à Universidade Federal de Santa Catarina, tem como principal objetivo incentivar o equilíbrio entre os esforços de utilização da natureza na busca por riquezas e sua necessidade de conservação. Para isso, busca identificar as falhas na exploração do mar e, através de políticas públicas, tentar resolvê-las.
O presidente do Instituto Larus, o biólogo Alcides Dutra, explica que, no ambiente marinho, existem regiões que antes tinham muitos peixes, mas perderam sua capacidade de se recuperar. Esta diminuição é normalmente atribuída ao excesso de captura e à degradação natural dos estoques. Entretanto, segundo Dutra, um dos motivos que agravam este problema é decorrente das redes de nylon perdidas no mar.
Os mergulhadores do Larus, quando investigam os locais antes fartos em peixes, descobrem toneladas destas redes, chamadas fantasmas, que continuam matando todo o tipo de espécies. Junto a elas encontram esqueletos de animais e peixes agonizantes. Uma das formas de amenizar este problema faz parte de um dos projetos do Larus. - Fizemos uma proposta à Secretaria Nacional da Pesca para conseguir apoio numa expedição do Larus para rastrear o fundo do mar em busca das redes fantasmas. A idéia é retirar este material do mar com a ajuda de sonar, sendo que o Instituto se propõe a dar uma contrapartida de 50% nos custos. Mas há um ano não temos resposta do governo – afirma.
A preocupação do Instituto é que este tipo de pesca fantasma, além de matar os peixes capturados no fundo do mar há mais de 40 anos, destrói ambientes marinhos antes propícios para a pesca. Isto ocorre porque os cadáveres de peixes soltam substâncias que afastam os seres vivos daquela região.
Documentário mostra mundo diferente
Para popularizar a importância das riquezas do mar e da necessidade de preservá-las, o Instituto Larus também realiza documentários com imagens do fundo do oceano, mostrando a diversidade da vida marinha em SC. A primeira edição já foi veiculada pela RBS TV e o segundo trabalho, Redescobrindo o Mar 2, está pronto para ir ao ar este ano. O biólogo Alcides Dutra, presidente da entidade, afirma que a segunda edição vai focar a importância dos animais que vivem no fundo do mar das Ilhas que fazem parte do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. Os mergulhadores descobriram corais e esponjas de mais de 1,5 metro.
A idéia do documentário é conscientizar os catarinenses sobre a necessidade de proteger com leis ambientais também a parte marítima da área, hoje apenas garantida de forma informal por técnicos da Fatma. (Diário Catarinense, 12/04)