Movimentos e entidades denunciam projetos de florestamento para Metade Sul
2005-04-13
Entidades e movimentos sociais presentes à audiência pública que debateu os projetos de florestamento de eucaliptos denunciaram possíveis malefícios que a monocultura traz para os pequenos agricultores e para a biodiversidade das reuniões. O evento aconteceu na última sexta (8/4), em Pelotas, organizado pela Comissão de Agricultura da Assembléia Legislativa gaúcha.
Milhares de hectares já estão comprados por empresários para começar o plantio de eucalipto na Zona Sul do Estado. Na audiência, representantes de entidades ambientalistas denunciaram as grandes empresas de invadirem pequenas propriedades, áreas quilombolas e indígenas, e apontaram os efeitos nocivos da monocultura do eucalipto. — Os impactos são terríveis: a água desaparece em todos os lugares onde há plantações de eucaliptos deste porte, a biodiversidade morre, nada cresce debaixo de uma plantação dessas, os animais somem e os que sobram migram para as propriedades vizinhas, comendo o que enxergam pela frente, afirmou Ricardo Carreras, do Movimento Mundial pelas Florestas (WRM) do Uruguai.
— Estas empresas falam de futuro, mas seus negócios têm impactos negativos de todas as naturezas. Não estamos falando de florestas, mas de monocultura de eucaliptos em áreas gigantes onde grandes empresas se tornam latifundiárias de uma cultura só, afirmou Valmir José Noventa, da Rede Alerta Contra o Deserto Verde. Os deputados devem emitir Parecer de Comissão sobre o tema.