(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2005-04-12
O governo federal pode dar, nesta semana, uma sentença de vida ou morte no meio empresarial. Na quinta-feira 14/04, a Comissão Interministerial do Amianto levará ao ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, um parecer conclusivo sobre o uso do mineral cancerígeno, já abolido em mais de 40 países. Essa discussão coloca em lados opostos duas das mais importantes empresas da construção civil do país. As fabricantes de telhas e caixas-d’água Brasilit e Eternit travaram uma guerra pesada nos bastidores, que mobilizou cientistas e sindicalistas, consumiu investimentos milionários em pesquisas, financiou campanhas políticas e chegou à opinião pública, com anúncios contra e a favor na TV e até nos estádios de futebol. A Brasilit, que já abandonou o amianto, quer a proibição do uso dessa matéria-prima. A Eternit defende a liberação.

A decisão do dia 14 pode significar o desaparecimento de 12 empresas (a Eternit é uma delas), o triunfo ou o fracasso de um dos negócios (a Brasilit) da poderosa multinacional francesa Saint-Gobain e o futuro de um mercado estimado em R$ 2 bilhões ao ano. No meio do fogo cruzado, há um grave passivo trabalhista. O contato com o amianto nas fábricas deixou deixou mais de 600 trabalhadores doentes e já matou 120 operários. Nos últimos 25 anos, o Ministério da Saúde registrou 1.800 casos de mesotelioma – câncer só causado pela inalação do amianto no meio ambiente. As indenizações pagas até hoje são bem menores que os gastos para convencer o governo a apoiar um dos lados. No tratamento dos ex-operários, Brasilit e Eternit não brigam: agem do mesmo modo.

A Brasilit e a Eternit já foram grandes aliadas no passado. Até a década de 90, eram sócias na Sama, a única mina de amianto que ainda funciona no Brasil. A Saint-Gobain, controladora da Brasilit, já foi uma das principais acionistas da Eternit. Desde que o amianto foi banido da França, em 1997, a parceria virou pó. O grupo não estava disposto a reviver, aqui, a experiência do passado. As primeiras notícias de doenças causadas pelo amianto datam de 1906. No final da década de 70, a conceituada Agência Internacional de Pesquisa do Câncer, com sede em Lyon, anunciou que o amianto causava câncer. Enquanto o barulho crescia na França, o silêncio era total nas fábricas brasileiras. Segundo estimativas oficiais, 50 mil operários brasileiros foram expostos ao amianto desde os anos 60.

A Eternit já financiou a campanha de três senadores e seis deputados de Goiás, estado onde está localizada a Sama, a mina de amianto do grupo. Os nove parlamentares defendem a bandeira da Eternit. O principal lobista do amianto no Congresso é o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO). Com 40 dias de mandato, subiu à tribuna da Câmara para defender o mineral, o que voltaria a fazer quando a comissão foi criada. No mês passado, agendou uma reunião com o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, para discutir o tema. Leréia recebeu R$ 300 mil da Sama na campanha de 2002 e fez parte de um grupo que ficou conhecido como a bancada do amianto.

Até o ano passado, a guerra ficou restrita a trabalhadores, políticos e empresários ligados ao mineral. A Brasilit rompeu a barreira ao distribuir cartazes contra o amianto em estádios de futebol e em pontos-de-venda. O Instituto Brasileiro do Crisotila foi além. Lançou uma campanha de R$ 5 milhões para convencer a opinião pública de que o amianto, se usado de maneira responsável, não representa ameaça ao trabalhador nem ao consumidor. A campanha foi ao ar, mas acabou proibida pelo Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária (Conar) em março. A Eternit reforçou a corrente e lançou um programa de visitas a suas cinco fábricas e à mineradora Sama. O objetivo era levar políticos, médicos, sindicalistas, fornecedores e revendedores para conhecer de perto a realidade do trabalhador. (Época 11/04)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -