Aspectos do comportamento de gás metano dissolvido na água de reservatórios brasileiros
2005-04-12
Resumo: Extensos corpos dágua como reservatórios hidrelétricos, aqui estudados, podem ser fontes consideráveis de gases de efeito estufa (CH IND.4 e CO IND.2) devido à decomposição de parte da biomassa da floresta submersa e também pela biomassa alóctone e autóctone. Este trabalho apresenta concentrações e estimativas de fluxos difusivos e ebulitivos desses gases dissolvidos na coluna dágua, nos reservatórios hidrelétricos de Miranda (MG), Xingó (AL/SE), Ribeirão das Lages (RJ) e Represa do Lobo (SP) durante o período de outubro de 2001 a agosto de 2003. Utilizou-se, em perfis verticais, um sensor CH IND.4 de estado sólido comercial provido de detector de metano semicondutor, cuja superfície, ao adsorver o gás, varia sua resistência interna fornecendo sinal relacionado à concentração de gás. Foram usadas câmaras de troca difusiva na determinação de fluxos de troca de CH IND.4 e CO IND.2 na interface água-atmosfera e funis de captura de bolhas para processos ebulitivos. Mediram-se algumas variáveis físicas e químicas.
Os perfis de gás metano dissolvido em água apresentaram elevadas concentrações, geralmente com valores crescentes desde próximo a superfície até a interface água-sedimento. Porém, sumidouros oxidativos presentes na coluna dágua, que consomem o gás metano no seu percurso até a superfície, juntamente com convecções impelidas pelo vento, foram responsáveis por perfis de diferentes tipos com concentrações alternadas, em conseqüência dessa ação. Fluxos difusivos também foram calculados a partir de experimentos de troca difusiva de gases dissolvidos na interface água-atmosfera resultando em emissões de CH IND.4 e CO IND.2 para atmosfera, e em alguns casos, absorção de CO IND.2 pelo reservatório.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP).
Autor: Marcelo Bento da Silva.
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