A lógica Wolfowitz
2005-04-11
Há uma lógica que explica o fato de Bush ter escolhido Paul Wolfowitz como
o novo presidente do Banco Mundial. E isso não tem apenas a ver com a
reconstrução do Iraque - na qualidade de vice-secretário de defesa dos EUA, o
moço foi um dos principais arquitetos da invasão, que tem como meta
subjetiva redesenhar o mapa do Oriente Médio.
Este falcão (no meu tempo, isso era apenas nome de ave e de craque de
futebol...) agora vai presidir uma instituição que tem uma história muito
suja pelos financiamentos que deu a grandes obras impactantes do meio
ambiente e da moralidade pública, em N países. Mas, que projeta ser algo de
muito mais alcance para a economia do planeta.
O BM quer se tornar o maior broker (intermediário) das negociações
internacionais de créditos de carbono. Algo pra lá de estratégico. Não
apenas porque no futuro próximo deve negociar algumas dezenas de bilhões de
dólares, mas também porque essas transações vão definir os rumos -
políticos, econômicos, tecnológicos e sociais - que a economia mundial vai
adotar daqui para frente.
E, o que é pior: concentrará ainda mais poder nas mãos do hiperimpério
estadunidense, que já emite o dólar, a moeda do mundo.
Como diria Raul Seixas: por favor, parem o mundo que eu quero descer!
(Por Carlos Tautz, em www.outraglobalizacao.zip.net)