Ambientalistas vencem: DOE removerá lixo radioativo perto do Rio Colorado
2005-04-08
O Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE) propôs, quarta-feira (6/4), a remoção de uma grande pilha de resíduos radioativos para longe dos bancos do Rio Colorado – uma vitória dos ambientalistas, que temem que o material possa envenenar a maior fonte de água própria para consumo do sudoeste do país. A razão imediata para preocupação é que os resíduos estão percolando para o solo, infiltrando-se no subsolo, indo na direção do rio. Um dos maiores temores é que haja uma enchente no Colorado, fazendo com que a chuva lave o solo e carregue o veneno para a água.
O Rio Colorado abastece uma população de 25 milhões de pessoas com água potável em Las Vegas, Los Angeles, Phoenix e outras cidades do sudoeste norte-americano. A pilha, a maior aberta naquele sítio, a céu aberto, é rodeada somente por uma cerca, numa extensão de 52 hectares, perto da cidade de Moab, e consiste de aproximadamente 12 milhões de toneladas de resíduos e outros materiais resultantes do processamento de urânio realizado durante várias décadas. Contém substâncias químicas tóxicas e traços de urânio, além de outras substâncias radioativas.
O DOE disse ter recomendado uma avaliação de impacto ambiental para a remoção dos resíduos a fim de encerrar a unidade de 48 quilômetros de extensão rumo ao norte do Rio, perto da junção Crescente. O órgão informou, contudo, que não tem um plano final até que haja uma revisão e um comentário pelo público a partir de sua proposta.
O sítio é o único que tem urânio desativado e é supervisionado pelo DOE. Em um novo endereço, os resíduos serão enterrados em um aterro com capa protetora, a fim de manter o material distante das camadas subterrâneas do solo. Será, depois, coberto.
A pilha de resíduos começou a ser formada nos anos 50, após o declínio da era atômica, apavorando pequenas comunidades de de Utah, que estavam, então, crescendo. O DOE assumiu o controle do sítio em 2001, depois que o mas recente dono do local, a empresa Atlas Corp., com sede em Denver, declarou falência em 1998, quando constatou que não mais poderia lidar com o material.