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2005-04-08
Por Carlos Matsubara

Chegou a hora e a vez de proteger o tuco-tuco, nome popular de um simpático roedor habitante do litoral gaúcho e da zona do carvão catarinense. Calcula-se que 16 mil deles ainda vivam no litoral, mas as alterações no habitat deixam a espécie vulnerável, a um degrau apenas da ameaça de extinção.

O Projeto Tuco-Tuco é do Departamento de Genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com apoio do CNPq e da iniciativa privada. O objetivo é fazer crescer a população deste roedor do bem – ele não pode ser confundido com o pestilento rato que se alimenta de lixo doméstico. A intenção dos pesquisadores é retirar o nobre roedor, cujos nomes científicos são Ctenomys flamarioni e Ctenomys torquatus, da lista de animais vulneráveis, uma etapa antes daquela na qual seriam considerados ameaçados de extinção.

Entre os principais riscos à sua sobrevivência estão a crescente urbanização do litoral e destruição de seu habitat junto às minas de carvão. O professor Thales Freitas lidera o projeto e vem estudando as alterações genéticas das espécies litorâneas como maneira de salvá-las. O estudo Desfragmentação das Dunas em Relação ao Tuco-Tuco consiste na coleta de material de DNA dos roedores, que ainda podem ser encontrados espalhados pelos 600 quilômetros do litoral do Rio Grande do Sul. O tuco-tuco é classificado como pequeno roedor fossorial porque vive em galerias escavadas nas areias das dunas e no próprio solo (caso das minas de carvão). Já foram recolhidas amostras em Atlântida, no litoral norte, e no Banhado do Taim, extremo sul. — Nossa intenção é estudar a migração de indivíduos de uma população a outra, através das amostras de DNA, explica Freitas. Conforme o professor, se a migração não estiver ocorrendo, significa que os animais estão cruzando entre si, favorecendo o surgimento de indivíduos mais fracos e mais suscetíveis aos efeitos provocados pela ação humana.

Um impedimento para a migração pode ser a desfragmentação das dunas. — Quando alguém retira uma duna do seu local de origem, interrompe a passagem natural de uma comunidade para outra, afirma o pesquisador. Segundo os resultados preliminares obtidos nesse estudo, os pontos mais críticos para o tuco-tuco vão de Xangri-lá até Torres, na divisa com Santa Catarina. De acordo com um dos bolsistas do projeto, José Francisco Stolz, não há pontos onde a espécie esteja protegida. O menos pior seria a faixa que vai de Quintão a Palmares, já no litoral sul. Além dos problemas com a ocupação do seu habitat, os tuco-tucos têm outras pequenas desgraças. Enfrentam plantações de pinus na areia, o pisoteio de gente e de gado, freqüente principalmente na parte sul do litoral.

Em Imbé, uma das praias mais procuradas durante a temporada, a espécie já foi extinta. Um calçadão cheio de bares e quiosques liquidou qualquer chance de sobrevivência. Em Atlântida, balneário igualmente badalado, eles encontraram uma saída: refugiaram-se nos quintais gramados das mansões locais. —Durante o verão é comum alguns veranistas nos procurar para saber o que fazer com eles. Eles reclamam dos buracos feitos pelo bicho no gramado, dizem que transmitem doenças, um total desconhecimento, conta Freitas. A espécie não é como o rato que se alimenta do lixo doméstico. O próximo passo dos pesquisadores será o de ampliar as coletas para outros pontos do litoral e ao final do projeto, previsto para 2007, apresentar às prefeitura praianas um plano de manejo para a espécie.

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