Controvérsia na nomeação de diretor de programa de pesticidas nos EUA
2005-04-08
A nomeação de Stephen L. Johnson pelo presidente George W. Bush para liderar o Programa de Pesticidas da Agência de Proteção Ambiental (EPA) causou, ontem (7/4), uma turbulência inesperada no Senado. A senadora Barbara Boxer, da Califórnia, ameaçou sustar a nomeação em razão de um programa de pesticidas controverso na Flórida.
Aparecendo antes dos trabalhos públicos da Comissão Ambiental do Senado, Johnson, um veterano da EPA, de 24 anos, estava atuando como administrador desde que seu predecessor, Michael O. Leavitt, tornou-se secretário de saúde e serviços humanos, tendo sido acolhido calorosamente pelos Republicanos e enfrentado questões pontuais previsíveis dos Democratas a respeito de recentes iniciativas do órgão, como as regras de controle de emissões que foram liberadas no mês passado.
A objeção da senadora Brbara Boxer baseou-se em um pequeno programa de pesquisa desconhecido perto de Jacksonville, Flórida, patrocinado pela EPA e pelo Conselho de Química dos Estados Unidos, que ofereceu dinheiro para famílias de baixa renda que quisessem permitir à agência medir efeitos de pesticidas em suas crianças de um ano de idade ou de faixa etária menor que um ano. O projeto, chamado Estudo de Pesquisa sobre Exposição Ambiental de Crianças, foi suspenso no ano passado após uma reação pública negativa, o que fez a agência questionar sua viabilidade.
O programa estava limitado a famílias do Condado Duval, que rotineiramente usavam pesticidas dentro de suas casas. Oferecia aos pais US$ 970, por dois anos, se eles certificassem a agência de que suas crianças estavam sob atividades convencionais de uso contínuo de pesticida. Os pesquisadores iam às casas a cada três a seis meses para coletar dados.
Em carta que chegou à senadora Barbara Boxer poucas horas após ela expressar preocupação com esta pesquisa, o Sr. Johnson disse: – Nenhum trabalho a mais será feito a respeito desse estudo, haverá uma revisão ética desta pesquisa. Mas a senadora não aceitou a nomeação dele até ter certeza de que o programa seria mesmo cancelado. (NY Times, 7/4)