Regra mais rigorosa pode explicar diminuição do consumo de madeira na Amazônia, diz pesquisador
2005-04-06
O maior rigor do Ibama na aprovação dos planos de manejo florestal ajudou a evitar o corte de aproximadamente 950 mil árvores na Amazônia. Um levantamento realizado pelo Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) mostra que o consumo de madeira em tora pela indústria madereira na região caiu de 28,3 milhões de metros cúbicos, em 1998, para 24,5 milhões de metros cúbicos, em 2004. Segundo o pesquisador do Imazon, Beto Veríssimo, o cancelamento de centenas de planos de manejo florestal irregulares na Amazônia - em especial no Pará e no Mato Grosso, estados onde a indústria madereira se concentra - ajuda a explicar esse dado.
Em 2000, havia 3 mil planos de manejo florestal aprovados pelo Ibama na Amazônia. No ano passado, eram apenas 1.186 planos. O chefe da Divisão de Fiscalização do Ibama no Amazonas, Virgílio Ferraz, diz que a maior parte dos planos de manejo foram cancelados depois que o Ministério do Meio Ambiente editou a Instrução Normativa Nº 04, de 2002. — Ela exige maior rigor técnico na apresentação dos dados do inventário florestal e um detalhamento maior na apresentação dos mapas, explica Virgílio.
Outro motivo apontado por Beto Veríssimo para justificar a diminuição do consumo de madeira é a melhoria no rendimento industrial, ligada ao aumento das exportações. O pesquisador afirma que a indústria madereira aumentou em 4% sua eficiência na conversão de madeira em tora e em produtos finais (madeira serrada, laminados, compensados e madeira beneficiada). — Parece pouco, mas cada 1% de aumento no rendimento significam quase 1 milhão de metros cúbicos de madeira em tora melhor aproveitados, esclarece Beto. O estudo do Imazon mostra que, em 1998, as madereiras na Amazônia exportavam apenas 14% de sua produção; em 2004, esse índice subiu para 36%. (Agência Brasil, 5/4)