Especialistas afastam hipótese de mudança climática
2005-04-06
Por ocasião da estiagem, o professor Jefferson Simões foi muito consultado sobre possíveis ligações do fato com o efeito estufa, um de seus objetos de estudo. Ele diz que estiagens como a de 2005 são excepcionais, mas que elas tem freqüência no Estado: acontecem de três a quatro vezes por século. — Secas no estado não são novidade. O que aconteceu não tem nava a ver com mudança climática global, afirma.
O diretor do do 8° Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (localizado em Porto Alegre), Solismar Damé Prestes, concorda: foi uma anomalia. Lembra que episódios parecidos ocorreram em 1917 e em 1951.
Não há ainda explicações conclusivas, mas, segundo ele, um fator que influiu na falta de chuvas foi o resfriamento atípico das águas do Atlântico, na costa da região Sudeste. As temperaturas altas geram condensação do vapor d’água, formação de nuvens e posterior precipitação no Sul.
Gilberto Diniz, chefe do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da UFPel alerta: — que essa estiagem sirva para provar que o Rio Grande do Sul não está imune à seca. Seu aviso vale para o governo do Estado, que, para ele, não pode ser tratar cada caso como situação emergencial. (EL)