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2005-04-06
Por Eduardo Lorea

Pesquisadores da UFRGS garantem: só há achismo sobre o clima no Rio Grande do Sul. Eles dizem que os dados históricos são escassos e pouco confiáveis, e o intercâmbio entre os centros de estudo é insuficiente. Para completar, sustentam que os órgãos oficiais de meteorologia não se baseiam em informações corretas.

Eles atribuem a surpresa dos meteorologistas com a estiagem de 2005 a essas deficiências. As afirmações são de Jefferson Cardia Simões, Doutor em Estudos Polares (Glaciologia) pela Universidade de Cambridge, e de Fernando Pohlmann Livi, Mestre em Geografia pela UFRGS. Os dois trabalham no Núcleo de Pesquisas Antárticas e Climáticas da Universidade.

Simões explica que a produção científica a respeito das mudanças climáticas no Estado ainda é limitada. Um dos problemas é que, para fazer estudos consistentes, é preciso contar com uma série de dados com, pelo menos, 300 anos. Os primeiros registros da capital datam de 1909 e, no restante do estado, são ainda mais recentes. Há ainda o problema da falta de seqüência: em certas estações meteorológicas, a quebra de equipamentos e os períodos de férias geram “buracos” na série.

Por isso, grande parte das teses correntes na mídia são mero chute, resultantes de observações sem o rigor necessário. — Até a evolução das roupas contra o frio, que proporcionam conforto térmico, podem influenciar nessas visões que não correspondem à realidade, afirma o cientista.

O Estado conta com uma série de centros de estudos sobre o clima, em Pelotas, Porto Alegre e Santa Maria, vinculados às universidades federais, mas não há um trabalho conjunto satisfatório. — O Rio Grande do Sul está muito atrasado no sistema integrado de acompanhamento do regime climático, afirma Simões. Além disso, as redes de estações meteorológicas – há uma do Instituto Nacional de Meteorologia, o INMET, e outra da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária, a Fepagro – são muito limitadas, segundo ele.

Pelo menos um passo importante está sendo planejado para suprir essas carências. O Rio Grande do Sul, a exemplo de Santa Catarina e do Paraná, pretende criar um Fórum de Mudanças Climáticas, vinculado ao governo, reunindo os especialistas da área. A implantação do órgão é requisito para a participação no Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, já existente.

Erro do prognóstico não tem justificativa

O chefe do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas, Gilberto Diniz, confirma: — todos os centros de pesquisa erraram. Os prognósticos para 2005 indicavam precipitações acima da média por conta do fenômeno El Niño.

Para o professor Fernando Pohlmann Livi, entretanto, o erro não se justifica. — Se perguntassem para a Universidade, diríamos que o El Niño nem sempre traz chuvas, garante. Ele diz que, muitas vezes, os prognósticos produzidos pelo INMET, o órgão oficial da área, se baseiam em informações questionáveis. Livi acredita que havia elementos para um alerta de estiagem. Segundo ele, o verão 2003/2004 já havia sido seco, e as chuvas ao longo do ano passado não compensaram a falta do período anterior.

O fenômeno El Niño ocorre quando as águas do Oceano Pacífico se aquecem, ultrapassando 27,5°C, e assim permanecem por mais de seis meses. A elevação de temperatura iniciou em setembro do ano passado, mas durou apenas dois meses. Mesmo assim, o prognóstico para o primeiro trimestre de 2005 feitas pelo INMET em dezembro do ano passado levou em conta a ocorrência do fenômeno.

O equívoco está registrado no Infoclima, um boletim da entidade com a previsão das chuvas para todo o país. Na edição do dia 13 de dezembro de 2004, falava em chuvas próximas à media histórica nos meses seguintes. Já a edição de 16 de março passado, constata: — em fevereiro, agravou-se a estiagem verificada nos meses anteriores.

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