Por Carlos Matsubara

A indústria de móveis absorve 15% da madeira produzida no país, mas anda descontente com a possibilidade de ver sua principal matéria-prima ser direcionada maciçamente ao mercado de celulose. Luiz Attilio Troes, do Sindicato da Indústria Moveleira do Rio Grande do Sul (Sindimoveis), saiu em defesa do setor, argumentando que 85% da produção exportada sai do país sem valor agregado, ou seja, madeira bruta. — Entendemos que a indústria moveleira, além de agregar valor a madeira, acrescenta qualidade a nossa mão-de-obra, explica.

Existem, hoje, no Brasil, 15.806 empresas de móveis que geram quase um milhão de empregos diretos e produzem cerca de US$ 10 bilhões. Os principais pólos moveleiros do Brasil ficam em Bento Gonçalves (RS), São Bento do Sul(SC), Arapongas e Ubá (MG) e Votuporanga e Mirasol (SP). Estes pólos representam 40% da produção nacional. A produção do setor vem crescendo ano a ano. Somente em MDF, as chamadas chapas duras, o volume produzido no ano passado atingiu 3,8 milhões de metros cúbicos contra 3,2 milhões em 2002. — Se verifica um crescimento que vem fechar com o problema do apagão florestal, afirma.

Troes foi um dos debatedores do painel: Os Riscos de um Apagão Florestal, no seminário Reflorestamento e Desenvolvimento Sustentável, promovido pela agência de noticias ambientais Ambiente JÁ , no último dia 30/03, em Porto Alegre.