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2005-04-06
Uma coalizão de grupos lançou, nesta terça-feira (5/4), um relatório em cada uma das grandes cidades de New England, Estados Unidos, ranqueando a posição em seus esforços de reduzir a poluição por mercúrio proveniente de operações dentárias. A primeira recomendação do documento é no sentido que os dentistas reduzam o uso de amálgamas de mercúrio em consideração aos impactos ambientais. Eles devem reduzir as liberações do metal pesado para o ambiente e notificar os pacientes a respeito dos perigos das obturações preenchidas com este agente químico, apontando-lhes alternativas.

Segundo o relatório, deve haver uma política de cobertura em saúde bucal que possibilite alternativas para preencher as obturações com materiais opcionais ao mercúrio. Além disto, o documento alerta para que seja evitada a cremação do metal (que ocorre quando pessoas com obturações preenchidas com mercúrio são cremadas), pois os restos dessas operações que usam esse metal pesado devem dobrar nos próximos 20 anos.

–Em curto prazo, se o uso de mercúrio para preencher obturações fosse drasticamente reduzido, dentro de uma década as liberações do metal cairiam pela metade do que temos hoje, disse Michael Bender, primeiro autor do relatório e diretor do Montpelier, entidade que apóia o Projeto de Política do Mercúrio.

Do mercúrio atualmente usado em todos os produtos nos Estados Unidos, a Agência de Proteção Ambiental (EPA) estima que as amálgamas compreendam 55%. Ou seja, cerca de mil toneladas de mercúrio estão na boca dos norte-americanos de todo o país. E se a tendência atual continuar, este mercúrio será perigosamente liberado para o meio ambiente nos próximos 10 a 15 anos, pois as amálgamas velhas vão sendo substituídas.

Os grupos que liberaram o relatório são a Federação Nacional da Vida Selvagem, Cuidados com a Saúde sem Prejuízo, Ação para a Água Limpa, Conselho de Recursos Natural do Maine e Projeto de Política do Mercúrio.

Segundo o documento, os dentistas têm papel fundamental em prevenir os danos da liberação do mercúrio para o meio ambiente. –Por menos de US$ 37 por mês, um dentista poderia prevenir 95% da liberação de mercúrio em seu consultório, empregando boas práticas de gerenciamento e usando separadores de amálgama, assinala Michael Bender. –Infelizmente, mesmo dentistas conscientes não utilizam tais técnicas, e a Associação Americana de Odontologia ainda se opõe à instalação de separadores de amálgama, acrescenta. Os níveis de mercúrio no meio ambiente mais do que triplicaram no último século. Os cientistas estimam que uma em cada seis mulheres em idade de ter filhos apresenta um nível considerado inseguro de mercúrio no sangue, o que significa que 630 mil crianças, nos Estados Unidos, nascem sob este risco todos os anos. O relatório está disponível em: http://www.mercurypolicy.org.

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