Colunista do New York Times assinala onda geoverde na política
2005-04-06
Enquanto o movimento ambientalista sofre acusações de impotência, o colunista do jornal New York Times Thomas Friedman mostra que esta é apenas uma faceta da discussão sobre os rumos do debate ambiental.
Em janeiro, o três vezes premiado com o Prêmio Pulitzer do Times debutou com sua estratégia geoverde, uma proposta potente para reenquadrar a demanda da América do Norte por independência energética ao apelar para severos neoconservadores e pessoas com um estilo de vida mais ecológico. Pelo corte agressivo do consumo de energia na América, Friedman argumenta, a administração Bush poderia reduzir o preço do petróleo ao ponto de forçar regimes do Oriente Médio a diversificarem suas economias, primando, portanto, por uma reforma democrática.
Benefícios adicionais geoverdes incluiriam o salto inicial para uma economia de energia limpa na América do século 21, endereçando a crise do aquecimento global, e buscar apoio internacional, apesar da negativa de Bush de assinar Kyoto.
Friedman escreve há três décadas colunas sobre energia e diplomacia. Começou em 1981, no New York Times, como repórter especializado em petróleo.
Segundo Friedman, os geoverdes são sucessores naturais dos neoconservadores. –Os neoconservadores acreditam no uso do poder militar da América como uma forma de guiar a agenda democrática no Oriente Médio e, por conseqüência, na invasão do Iraque. Mas, na realidade, diz ele, os Estados Unidos não têm recursos para fazer isto novamente no Irã, na Síria, na Arábia Saudita e no Paquistão.
O colunista acredita que reduzir o preço do petróleo é a única forma de forçar os países produtores a investir em energias que não dependam do petróleo e considera absurda a idéia do governo Bush de promover a exploração de petróleo no Refúgio da Vida Selvagem do Alasca. (Grist Magazine, 6/4)