Lei incentiva transgênicos no campo
2005-04-05
Com a aprovação da Lei de Biossegurança, a expectativa dos técnicos e cientistas que trabalham nos dois laboratórios de biotecnologia da Epagri em Santa Catarina, situados em Itajaí e Lages, é expandir os trabalhos na área de transgenia. Na cidade do Litoral, os cientistas avançam na pesquisa de melhoria genética do arroz, desde 1998, e na multiplicação de espécies de banana e na área de floricultura.
A unidade é uma das primeiras do Estado a instalar o Comitê Interno de Biossegurança, órgão registrado na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). O pesquisador José Alberto Noldin espera que Santa Catarina defina a política de ação nessa área para reativar os experimentos, paralisados em 2003. – Precisamos de abertura nessa área para possibilitar que os trabalhos continuem e não fiquem em apenas ações isoladas e sem perspectivas de efetivação - disse o especialista.
Em Lages, a proposta é iniciar o trabalho na fruticultura, principalmente na maçã, uva e pêra. Atualmente a unidade, que tem apenas dois anos, intensifica os trabalhos na micropropagação de porta-enxertos dessas árvores frutíferas. O trabalho de limpeza viral das plantas e clonagem garante o aumento do rendimento da produção em até três vezes.
Depois de feita a multiplicação das espécies sanadas, as mudas são encaminhadas para viveiros para serem climatizadas e comercializadas para os produtores. Junto com a Embrapa, os técnicos estão multiplicando dois porta-enxertos de macieira (marubakaio e EM9) livres de viroses para encaminhar aos agricultores. O laboratório da cidade serrana tem capacidade de abrigar até 500 mil plantas clonadas.
Produtores de alho recorrem aos cientistas
Uma parceria entre as associações de produtores de alho de Curitibanos e os pesquisadores irá garantir a limpeza clonal e a expansão desse alimento para o melhor rendimento.
O chefe da Epagri no município de Lages, professor Edemar Broser, disse que a estrutura da unidade é apta para iniciar os trabalhos de decodificação de DNA para avançar na exploração de alimentos geneticamente modificado, os transgênicos.
- Só precisamos de mais recursos para investir em equipamentos e materiais para iniciar esse trabalho. Tudo depende do interesse do governo - ressaltou Broser. (Diário Catarinense 04/04)