Greenpeace denuncia que navios monocasco ameaçam Estreito espanhol
2005-04-05
A organização ecologista Greenpeace empreendeu, nas águas do Estreito espanhol, uma patrulha de vigilância sob o lema Abaixo os Monocascos, pois deve entrar em vigor, nesta semana, uma diretiva internacional sobre a eliminação de petroleiros com apenas um casco e, portanto, mais sujeitos a acidentes com vazamento de petróleo.
Em comunicado lançado na segunda-feira (4/4), a Greenpeace denunciou que, apesar da entrada em vigor da diretiva da Organição Marítima Internacional (OMI), são muitos os petroleiros que continuam sulcando a Baía de Algeciras.
Dos 3,5 mil navios com os quais conta a indústria petroleira, 1,7 mil são monocascos, que tendem a ser eliminados entre 2005 e 2010. A Greenpeace estima que 1.119 petroleiros reúnem as condiciones necessárias para serem retirados do mercado de petróleo em 2005. E uns 334 deles são propriedade de companhias comunitárias ou estão com bandeira da União Européia.
–Foram necessários muitos acidentes para que esta normativa entrasse em vigor em nível mundial. Já em 1989, quando o acidente do Exxon Valdez ocorreu, era evidente que os navios monocascos eram perigosos e deveriam ser retirados. Sem dúvida, tivemos que sofrer várias marés negras, que causaram prejuízo incalculável ao meio ambiente, para vencer a feroz resistência da indústria naval, declarou Sebastián Losada, responsável pela campanha de oceanos da Greenpeace. (El Mundo, 4/4)