Controvérsia sobre não inclusão do mercúrio nos esforços contra o câncer
2005-04-05
As novas regras da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) sobre substâncias que podem causar risco de câncer, apesar de amplamente elogiadas, não abrangem um problema de difícil tratamento no país, que é o das emissões de mercúrio por plantas de energia movidas a carvão.
Os Estados Unidos têm aproximadamente 1,3 mil plantas que queimam carvão, emitindo para o ar, como subproduto, o mercúrio, substância altamente cancerígena.
No mês passado, o governo federal anunciou um programa de captura e comércio de mercúrio, que é oposto ao que existia na administração do ex-presidente Bill Clinton, quando as empresas de energia foram forçadas a utilizar melhores tecnologias de produção para evitar esse tipo de emissão. O sistema de captura e venda de emissões de mercúrio funciona como um mercado, no qual os maiores poluidores podem comprar créditos de plantas cujas emissões estejam abaixo dos níveis legais. Ele está funcionando em nove Estados do país, incluindo Nova Iorque e Nova Jersey. Mas isto sob protesto de ambientalistas, que entraram com ações na Justiça, contra o governo, requerendo a volta do esquema anterior proposto pelo governo Clinton.
Segundo a EPA, o esquema de captura e venda deve reduzir as emissões de mercúrio em 70% até 2018, mas os ambientalistas acreditam que a aplicação de melhores tecnologias pelas plantas poderia levar a reduções muito mais significativas nesse mesmo período. O problema é que a atualização tecnológica é alegada como cara pelas empresas de energia que usam carvão, as termelétricas. (NY Times, 4/4)