Grupos ambientais aplaudem EPA por atualizar guias sobre riscos de câncer
2005-04-05
Um fato pouco comum e notável aconteceu nos Estados Unidos na semana passada: a Agência de Proteção Ambiental (EPA) anunciou um conjunto de normas sobre riscos de câncer e grupos de ambientalistas responderam prontamente, para complementar o trabalho.
A nova abordagem da agência avalia substâncias químicas que podem causar câncer e que deverão constar de um guia novo, que substituirá um de 20 anos. Pela primeira vez, serão levadas em conta as probabilidades de crianças serem mais vulneráveis aos riscos de exposição ao câncer do que adultos.
–Essas novas diretrizes serão melhoradas pelas informações que nos permitem compreender como uma substância química atua, disse o Dr. William H. Farland, assistente administrativo para a área científica da EPA. –Elas sugerem que devemos avançar no uso da melhor ciência disponível, complementou.
O guia informará como uma substância pode causar câncer em seres humanos. Quando as primeiras avaliações de risco foram adotadas, em 1986, elas geralmente refeletiam pesquisas feitas com animais em laboratório, levando a hipóteses incontroversas de que, se uma substância causava câncer em um animal, poderia causar câncer em seres humanos. As novas regulamentações a este respeito têm influência de estudos sobre substâncias químicas encontradas no ar, na água e em pesticicas e em sítios abandonados contaminados.
Recentemente, contudo, um crescente número de estudos refinou esforços que analisam o impacto de substâncias químicas em humanos, em alguns casos levando cientistas da agência a determinar que as substâncias prejudiciais aos animais não necessariamente representam riscos aos humanos. Novos estudos também mostram que algumas substâncias, ao contrário do que se pensava, podem ser mais prejudiciais aos humanos. O Dr. Farland citou pesquisas que sugerem que o benzeno, químico usado na manufatura de vários produtos, é uma ameaça potencial aos humanos, mesmo em níveis muito menores do que mostravam estudos anteriores.
O novo guia mostra ainda que crianças muito jovens estão de duas a dez vezes mais sujeitas a câncer por exposição a certas substâncias químicas do que adultos.
As entidades ambientalistas aplaudiram a iniciativa da EPA. –Eles fizeram a coisa certa, disse John Walke, diretor do Programa de Ar Limpo do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais. (NY Times, 4/4)