Comfloresta degrada área verde no Norte
2005-04-04
Duas nascentes correm o sério risco de desaparecer e uma grande área de floresta nativa está sendo devastada provocando uma grande degradação ambiental na Vila da Glória, na área continental de São Francisco do Sul, no Norte de Santa Catarina. No local, há anos, a empresa Confloresta fez um reflorestamento de pínus associado com a mata nativa. Há quatro anos a empresa vendeu a área, mas um acordo garantia a retirada do pínus, pelo período de um ano. Em fevereiro do ano passado a Confloresta iniciou a retirada do pínus. Motoserras, tratores e caminhões passaram a abrir grandes clareiras na floresta, com a derrubada do pínus junto com grandes árvores nativas. E somente em junho a empresa apresentou uma autorização da Fundação de Amparo à Tecnoclogia e ao Meio Ambiente (Fatma). Em setembro, durante uma vistoria, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), constatou a degradação contra as nascentes.
Da mesma forma ocorreram estragos contra os córregos, com obstrução em vários lugares, desrespeito às distâncias e limites das nascentes para a retirada da madeira e também das encostas íngremes. Além da derrubada de árvores nativas, a vegetação ciliar foi destruída, houve abertura de ruas na mata e o abandono de toras, formando depósitos a céu aberto. Diante disso, os técnicos e fiscais do Ibama embargaram a continuação da extração no local, além de ter autuado a Confloresta em R$ 120 mil.
Porém, amparada num mandado de segurança, a empresa responsável pela extração do pínus, conseguiu autorização para continuar a supressão da madeira. O novo prazo concedido pela Justiça, com base num parecer favorável da Fatma, expira em junho. O gerente regional da Fatma em Joinville, Jaime Duarte, garantiu que hoje(01/04), pela manhã, vai designar técnicos e fiscais do órgão que verificarão as denúncias no local. A degradação ambiental está acontecendo numa área de 151 hectares, que hoje pertence a sete famílias de agricultores. Eles adquiriram a área da empresa reflorestadora, através do Progarama Jovem Agricultor, financiado pelo Banco da Terra, para o plantio orgânico de banana maçã, hortaliças e palmeira real. Um acordo garantia à empresa a retirada de um reflorestamento de pínus, no período de um ano, que expirou em fevereiro deste ano. (A Notícia, 01/04)