Ibama apreende madeira em Piriá, no Pará
2005-04-01
Em Nova Esperança do Piriá o Ibama apreendeu cerca de 2.500 metros cúbicos de madeira. As toras estavam empilhadas nos pátios de 8 serrarias que funcionavam clandestinamente no município. As empresas foram lacradas e o valor das multas chega a R$ 400 mil.
O que vem chamando a atenção do Ibama é que os madeireiros estariam usando (Autorizações de Transporte de Produtos Florestais) ATPFs de empresas fantasmas de Paragominas para transportar ilegalmente madeira de espécies nobres da reserva indígena do Tembé. As toras estariam saindo pelos municípios de Nova Esperança do Piriá e Santa Luzia do Pará.
Em Cachoeira do Piriá, o Ibama e a Polícia Rodoviária Federal encontraram mais 8 serrarias irregulares. Todas deixaram de funcionar pelo menos 15 dias antes da fiscalização. Em uma delas, os fiscais encontraram ATPFS de empresas de Ulianópolis, Garrafão do Norte, São Miguel do Guamá e Ananindeua. Os documentos são usados para esquentar madeira clandestina. Cada nota custa, no mercado negro, R$ 700.
Usando um helicóptero, o Ibama e o Exército descobriram duas serrarias de pátio vazio e a madeira escondida na mata. Os fiscais também encontraram produtos químicos usados para combater o ataque de fungos na madeira e valorizá-la no mercado. Mas o produto é proibido porque pode contaminar o solo.
Segundo o Ibama a maioria das serrarias pagava aos colonos oitenta reais por tora. Depois de beneficiada, a madeira chegava a custar até cinco vezes mais dependendo da espécie. Durante a operação Piriá, o Ibama autuou em flagrante, 6 homens garimpando ouro sem autorização. Os garimpeiros abriram uma cratera de 10 metros de altura por 50 de diâmetro e atingiram um lençol de água que pode sofrer contaminação pelo uso do mercúrio. (O Globo 31/03)