Passo Fundo espera usina de biodiesel
2005-03-31
O município de Passo Fundo deve ter a primeira grande usina gaúcha de biodiesel do Estado. A informação foi dada ontem pelo secretário estadual de ciência e tecnologia, Kalil Sehbe.
As distribuidoras de combustíveis já estão autorizadas a adicionar até 2% de biodiesel no diesel comum, e a partir de 2008 a adição será obrigatória. A empresa que planeja instalar o empreendimento no Planalto Médio gaúcho pretende abastecer o mercado dos três Estados do sul do país, revela Marcos Cittolin, secretário de Desenvolvimento de Passo Fundo. O nome da empresa não foi revelado.
- Para se ter uma idéia do tamanho do empreendimento, a usina que o presidente Lula foi inaugurar em Minas Gerais na semana passada vai produzir 10% do que deveremos fazer em Passo Fundo, afirma.
A usina mineira inaugurada pelo presidente na última quinta-feira tem capacidade de gerar 12 milhões de litros do combustível por ano. A produção no empreendimento gaúcho pode começar ainda neste ano. Inicialmente, o combustível deverá ser feito a partir do excedente da indústria gaúcha de óleo de soja, informa Cittolin. Na segunda fase, está prevista a utilização da canola, uma oleaginosa produzida no inverno que poderá ser cultivada em maior escala nos campos gaúchos.
Para que o empreendimento saia efetivamente do papel ainda faltam, entretanto, algumas definições. O Estado precisa definir alíquotas para o biodiesel.
A prefeitura de Passo Fundo - que já garantiu terreno, instalações e incentivos fiscais e econômicos para a usina - pede que o governo estadual adira às resoluções 15 e 16 do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que estabelecem alíquota de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços em zero por cento. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Ciência e Tecnologia, representantes do governo gaúcho discutirão o tema na próxima sexta-feira em reunião do Confaz.
Independente do empreendimento no Planalto Médio, a Fundação de Ciência e Tecnologia estuda a produção do biodiesel. - Já há empresários interessados na nossa pesquisa - confirma Paulo Lucho, presidente da Fundação de Ciência e Tecnologia do Estado (Cientec). (ZH, 20)