Qualidade das praias piora em SP em 2004
2005-03-31
A qualidade das praias do litoral paulista piorou no ano passado, em comparação com 2003, de acordo com o estudo feito pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental).
Segundo o levantamento, houve um aumento de 47% (71) para 60% (89) nos pontos considerados apenas como regulares no litoral paulista. A praia de Pernambuco, no Guarujá, por exemplo, que era considerada como boa em 2003, passou a ser regular no ano passado.
A categoria ótima, por outro lado, sofreu uma redução de 12% (18) para 5% (8) nos 149 trechos avaliados em 129 praias do Estado, segundo o relatório.
É o caso da praia do Curral, em Ilhabela. Era ótima e passou a ser regular. O número de locais de medição qualificados como maus teve um pequeno aumento. Foram 11, em 2003, e 12, em 2004, segundo o relatório.
Os motivos do aumento da poluição, segundo a Cetesb, são o despejo de esgoto doméstico e a quantidade de chuva nos últimos dois anos.
Os dados são do Relatório de Qualidade das Águas Litorâneas do Estado de São Paulo, divulgado ontem pelo órgão, em Santos.
O documento aponta também que, em 2004, apenas 32% (48) dos trechos estiveram próprios durante todo o ano, ou seja, 23% (35) foram classificados como bons, 5% (8) como ótimos e 3% (5) como sistematicamente bons.
Por outro lado, 60% (89) deles foram considerados impróprios em alguma ocasião, e 8% estiveram impróprios em um período superior a seis meses (12 pontos).
De acordo com a Cetesb, as chuvas dos dois últimos anos contribuíram de forma significativa para a piora da qualidade das águas das praias em 2004.
Com as chuvas, esgoto, lixo e outros detritos são carregados para as praias e aumentam a proliferação de bactérias nas águas.
Os dados divulgados pelo órgão na apresentação do relatório indicam que choveu, em 2004, nas cidades do litoral paulista, mais que a média dos últimos 30 anos.
Em Praia Grande, por exemplo, choveu 3.016 mm no ano passado. A média dos últimos 30 anos na cidade é de 2.708 mm.
– O que precisa ser feito é coletar esse esgoto antes que ele chegue até o mar, afirmou a gerente do setor de águas litorâneas da Cetesb, Cláudia Lamparelli.
Na Baixada Santista e no litoral sul, 77% (53 pontos) dos 69 pontos monitorados foram considerados impróprios em alguma ocasião do ano. Segundo o estudo, esses foram os piores resultados desde 2000.
O presidente da Cetesb, Rubens Lara, afirmou ontem que o aumento da população em períodos de temporada também pode ser considerado uma das causas da queda na qualidade das águas.
– Em geral, os sistemas de coleta são insuficientes para atender ao aumento sazonal e, em muitos casos, o esgoto é lançado em galerias de águas pluviais, prejudicando as condições de balneabilidade, diz. (FSP 30/03)