Estudo destaca o declínio global dos ecossistemas
2005-03-31
O mais abrangente estudo sobre as condições do planeta concluiu que as atividades humanas estão ameaçando a capacidade da Terra de sustentar futuras gerações. O relatório informa que a forma como a sociedade obtém recursos tem causado mudanças irreversíveis que estão degradando a capacidade de sustentação dos processos naturais que sustentam a vida na Terra.
Com isto, ficam comprometidos os esforços no sentido de equacionar os problemas da fome, da pobreza e do incremento dos cuidados com saúde. O relatório Avaliação do Ecossistema do Milênio (MA) foi elaborado por 1,3 mil pesquisadores de 95 países durante quatro anos. Ele relata que os humanos modificaram os ecossistemas além de sua capacidade de reconhecimento, em um espaço de tempo dramaticamente curto.
A forma como a sociedade, nos últimos 50 anos, buscou fontes de alimento, água potável, madeira, fibras e combustíveis degradou seriamente o ambiente, concluiu o estudo. O estado atual será provavelmente um entrave aos objetivos de desenvolvimento do milênio com os quais as nações líderes do mundo concordaram para o ano 2000, diz o MA.
–Qualquer progresso alcançado no equacionamento de metas sobre pobreza, erradicação da fome, melhoria da saúde e proteção ambiental será improvavelmente sustentado se a maioria dos servicos dos ecossistemas em que a humanidade permanece continuarem a ser degradados, afirma o relatório.
O MA é sutilmente diferente de todos os relatórios ambientais prévios que definem ecossistemas em termos de services ou benefícios dos quais as pessoas obtêm recursos. O estudo conclui que os requisitos de uma população emergente após a Segunda Guerra Mundial levaram a uma corrida insustentável por esses recursos naturais.
Embora a humanidade tenha feito progresso considerável em termos de crescimento econômico e de produção de alimentos, que continua a crescer, as formas como conseguiu isto colocaram em risco a prosperidade para o futuro.
–Quando olhamos aos motores de mudança que afetam os ecossistemas, vemos um incremento na severidade quanto às mudanças na habitação, na mudança climática, nas espécies invasivas, na superexploração de recursos e na poluição por fósforo e nitrogênio, afirma o diretor do estudo, Dr. William Reid. (BBC, 30/3)