Os paredões da Barragem do Anel de Dom Marco, em Rio Pardo, acabaram se transformando em um ponto estratégico para muitos pescadores que, ignorando a lei, continuam lançando anzóis e instalando redes no local. A própria Brigada Militar confirma que as pescarias ilegais ocorrem com freqüência naquela área, mas revela que enfrenta dificuldades para combatê-las. De acordo com o sargento Márcio Palma de Brito, comandante da Patrulha Ambiental (Patram) da Brigada, a pesca é proibida 200 metros abaixo e 200 metros acima da barragem. Já durante a piracema, a área de preservação aumenta para 1.500 metros nas duas direções. Brito acentua que nos últimos seis meses foram recolhidos cerca de 3 mil metros de redes de pesca instaladas junto à Barragem de Dom Marco. No mesmo período, foram apreendidos mais de 400 quilos de peixes capturados por pescadores no local. A Patram também está encaminhando ao Ministério Público um processo contra oito pescadores pegos em flagrante.

Mesmo assim, a pesca predatória continua junto aos paredões. Segundo o sargento, a estratégia de muitos infratores é se afastar da barragem após instalar as redes, para só fazer o recolhimento horas depois. -Desta forma, quando realizamos operações e encontramos as redes, não temos como saber a quem elas pertencem. O acusado acaba perdendo seu material, mas escapa do flagrante - comenta. Em outras vezes, pescadores que atuam com caniços conseguem fugir ao ver a aproximação dos policiais. Brito revela que a Patram recebe em média sete denúncias por semana sobre pesca predatória, não só na barragem mas em outros lugares. Ele comenta que todas as informações são verificadas, mas reconhece que não há condições humanas de realizar patrulhamento preventivo em todos os pontos onde podem ocorrer delitos. De acordo com o sargento, a Patram conta com 11 homens para atuar em 31 municípios do Vale do Rio Pardo e regiões vizinhas. (Gazeta do Sul, 29/03)