Ambientalistas protestam contra sanção da lei de biossegurança
2005-03-30
Apesar de ter uma repercussão abafada pelo feriadão de Semana Santa, a sanção da Lei de Biossegurança na última quinta-feira, dia 24/03, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva provocou a reação de organizações da sociedade contrárias ao cultivo e à comercialização de alimentos transgênicos no país. Lula sancionou com sete vetos a lei, no último dia regimental para sancionar o texto aprovado este mês pelo Congresso Nacional. As pesquisas com células-tronco embrionárias e o poder exclusivo da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) de liberar organismos geneticamente modificados permaneceram.
No mesmo dia da sanção, entidades ambientalistas e ligadas à questão da terra entre elas Greenpeace, MST, Movimento dos Atingidos por Barragens e o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) soltaram carta aberta criticando a sanção da lei à autorização para pesquisas com transgênicos sem estudos de impacto ambiental pelo Ministério do Meio Ambiente. O documento diz: que a lei de Biossegurança concretizou os planos das multinacionais de biotecnologia permitindo que um número reduzido de cientistas da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) decida questões de grande complexidade científica em processo sumário. O presidente Lula foi duramente criticado, inclusive dizem que as liberação de pesquisas com células-tronco embrionárias foi colocada como cortina de fumaça para a aprovação dos transgênicos no país. Além do repúdio, as entidades vão intensificar a campanha para que a população não consuma produtos geneticamente modificados. (Litoral Norte RS, 28/03)