Empresa holandesa vai financiar projetos de energia alternativa em Mato Grosso
2005-03-30
Quatro cartas de intenções foram assinadas ontem, em Cuiabá, visando a geração de energia alternativa proveniente da queima de casca de arroz e do aproveitamento de resíduos de serrarias e resíduos sólidos para geração de gás e energia. Os contratos foram assinados pela trade holandesa BioHeat International e PTZ Fontes Alternativas de Energia com as empresas Pap Rações, Arroz Tio Urbano, Centro de Gerenciamento de Residuais Cuiabá (CGR) e Berté Florestal, durante o Congresso Internacional de Energia Renovável e Créditos de Carbono, que está sendo realizado em Cuiabá.
O diretor da Bio Heat, René Venendall, Pretz, afirmou que a assinatura dos contratos marca o início da entrada de capital externo para financiar a geração de energia limpa em Mato Grosso. Segundo ele, os recursos estão disponíveis na BioHeat para a compensação de emissão de gases de efeito estufa, promovendo o sequestro de carbono da atmosfera e melhorando a qualidade de vida no planeta. O diretor da PTZ, Ricardo Pretz, não soube quantificar o volume de recursos que serão aplicados nesses projetos, mas admitiu que anualmente – o Estado perde milhões de dólares com o não aproveitamento de resíduos que poderiam ser utilizados na geração de energia.
De acordo com o Protocolo de Kyoto, o Brasil foi qualificado para receber estes recursos, sendo considerado o país com maior potencial para implementação de projetos de reflorestamento (devido às condições de clima e solo), aproveitamento de resíduos de madeira e casca de arroz para a geração de energia com utilização de biomassa, aproveitamento de resíduos de animais e geração de energia em aterros sanitários.
– O nosso potencial é um dos maiores do Brasil e, só no setor sucroalcooleiro, temos 1 milhão e 700 mil toneladas de bagaço de cana sendo produzidos pelas seis usinas de álcool e açúcar em funcioamento em Mato Grosso. No setor madeireiro, o nosso potencial chega a 1.350 metros cúbicos de resíduos que também poderiam ser aproveitados na geração elétrica, informa Beatriz Bezeruske, da Comissão de Produtoras Rurais da Famato (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado). (Diário de Cuiabá 29/03)